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Investing.com – Os índices futuros das ações dos EUA operavam perto da estabilidade nesta segunda-feira, antes de uma reunião de alto risco entre os presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky em Washington.
A trajetória da taxa de juros do Federal Reserve também segue no radar, com a divulgação da ata da reunião de julho e o aguardado discurso do presidente Jerome Powell previstos para esta semana.
No mercado local, os investidores aguardam a divulgação do IBC-Br de junho, indicador do banco central considerado como uma “prévia” do PIB, por medir o nível de atividade na indústria, no setor de serviços e no agronegócio. Também serão divulgadas hoje novas projeções do mercado para a economia brasileira.
1. Futuros estáveis nos EUA
Os contratos futuros das ações nos EUA registravam pouca variação nesta segunda-feira, com os investidores avaliando uma semana marcada por possíveis decisões na política monetária do Federal Reserve e pelo encontro entre Washington e Kiev.
Às 7h de Brasília, o futuro do Dow Jones recuava 97 pontos, ou 0,2%, o S&P 500 caía 7 pontos, ou 0,1%, enquanto o Nasdaq 100 permanecia praticamente estável.
Na sexta-feira, as principais bolsas de Nova York encerraram de forma mista, com investidores atentos às expectativas de cortes de juros pelo Fed e às negociações entre Trump e Vladimir Putin.
O Dow Jones Industrial Average chegou a tocar nova máxima intradiária na semana passada, acompanhando o S&P 500 e o Nasdaq Composite, de forte peso tecnológico, que também renovaram recordes. Apesar disso, S&P e Nasdaq terminaram em queda, refletindo recuos em ações de tecnologia, financeiras, industriais e de serviços públicos.
2. Ata do Fomc e discurso de Powell previstos para a semana
Na quarta-feira, serão divulgadas as atas da reunião de política monetária de julho do Fed, quando o banco central manteve os juros entre 4,25% e 4,5%.
A decisão foi marcada pela rara dissidência de dois dirigentes: Christopher Waller, governador do Fed, e Michelle Bowman, vice-presidente de Supervisão, defenderam um corte imediato para atenuar a fraqueza do mercado de trabalho.
Dados recentes confirmaram esse cenário: o crescimento do emprego em julho ficou bem abaixo das projeções, e os números de junho e maio foram revisados em baixa. Em paralelo, as vendas no varejo surpreenderam positivamente, em linha com uma forte alta nos preços ao produtor.
Esses resultados, somados a índices de inflação ao consumidor mais controlados, traçam um quadro misto de desaquecimento no emprego e pressões de preços relacionadas a tarifas, ainda que de forma relativamente moderada.
O ambiente ganhou mais incerteza após Trump questionar a credibilidade dos dados oficiais, ao demitir o comissário responsável pela agência de estatísticas, alegando, sem provas, manipulação política nos números de emprego. Em seu lugar, nomeou o economista-chefe da Heritage Foundation, think tank conservador.
Neste contexto, Jerome Powell discursará na sexta-feira, no simpósio anual de Jackson Hole. Powell tem reforçado uma linha mais cautelosa em relação à política monetária, mas os investidores, que já precificam cortes em setembro, aguardam sinais de eventual mudança após a recente sequência de indicadores.
3. Zelensky se reunirá com Trump
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky tem encontro marcado com Trump em Washington nesta segunda-feira, em busca de avanços que possam definir os contornos de um acordo de paz.
Ainda assim, persiste a preocupação de que Trump pressione por termos mais favoráveis à Rússia. Zelensky já havia rejeitado propostas apresentadas por Putin em cúpula no Alasca, que incluíam concessões territoriais na região de Donetsk.
Acompanhado por líderes europeus, Zelensky afirmou que apoia uma resolução “rápida e confiável” para o conflito, mas destacou que cabe à Rússia encerrar a guerra “que iniciou”.
Trump, em publicação em sua rede Truth Social, declarou que Zelensky “pode encerrar a guerra com a Rússia quase imediatamente, se quiser, ou optar por continuar a luta”.
“[A] situação na Ucrânia caminha para um estágio altamente fluido, e novos desdobramentos podem ocorrer nos próximos dias, semanas ou meses”, observaram analistas da Vital Knowledge em nota.
Eles destacaram ainda que o encontro entre Trump e Putin em Anchorage não trouxe os resultados mais aguardados pelos mercados, como um cessar-fogo formal ou a adoção de tarifas secundárias severas contra a China.
4. Ouro sobe
Os preços do ouro avançavam no mercado europeu nesta segunda-feira, após tocarem na semana passada a mínima de mais de duas semanas, sustentados pela busca por ativos de proteção em meio à incerteza da guerra Rússia-Ucrânia.
A proximidade do simpósio de Jackson Hole também favoreceu o metal, enquanto o dólar mostrava fraqueza diante das apostas de corte de juros pelo Fed em setembro.
O ouro à vista subia 0,6%, cotado a US$ 3.355,47 a onça, e os contratos futuros para outubro ganhavam 0,5%, a US$ 3.400,55, no momento da redação.
5. Dados econômicos no Brasil
O destaque do calendário econômico de hoje é a divulgação do IBC-Br, índice de atividade econômica do banco central para o mês de junho, que tem metodologia diferente da do PIB, mas, apesar disso, é considerado por muitos como uma “prévia” desse indicador.
No último relatório, referente a maio, o indicador apresentou queda de 0,7% em relação a abril, resultado bem abaixo das expectativas de estabilidade, o que reforçou a percepção de que a economia brasileira caminha para uma desaceleração mais clara nos próximos meses.
Segundo analistas, com o fim do impulso do setor agro e os efeitos defasados da política monetária, a tendência é de crescimento mais moderado no segundo trimestre.
Outro ponto importante da pauta de hoje é o boletim Focus, pesquisa semanal do banco central com agentes do mercado, que devem atualizar suas projeções para importantes indicadores da nossa economia.
Acompanhe aqui os números dos balanços corporativos do segundo trimestre.