Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- Wall Street é vista sendo negociada em ligeira alta na sexta-feira, ajudada pelo guidance positivo da fabricante de chips Broadcom. O dólar está a caminho de uma semana positiva, enquanto Elon Musk parece estar mais uma vez na mira da SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA). No Brasil, Senado aprova regulamentação da reforma tributária sobre consumo.
1. Demanda pelo dólar continua
O dólar está a caminho de sua melhor semana em um mês, tendo subido anteriormente para uma alta de duas semanas e meia contra seus principais pares, já que os investidores reduziram as expectativas de flexibilização agressiva da política dos EUA no próximo ano, mesmo com o Federal Reserve definido para cortar as taxas de juros na próxima semana.
Às 8h, o índice do dólar, que acompanha o dólar em relação a uma cesta de seis outras moedas, foi negociado em alta de 0,05%, para 106,695.
Isso ocorreu após a divulgação de um número mais forte do que o esperado nos preços ao produtor, o que aumentou as preocupações de que os preços permaneçam rígidos no novo ano, já que o novo presidente Donald Trump ameaça políticas comerciais e fiscais que podem ser inflacionárias.
A ideia de uma abordagem mais cautelosa para a flexibilização do Fed em 2025 contrasta com os prováveis movimentos dos principais rivais do banco central dos EUA, após uma série de cortes nas taxas nos últimos dias, com movimentos desproporcionais de 50 pb na Suíça e no Canadá e uma flexibilização de 25 pb pelo Banco Central Europeu.
Os futuros das ações dos EUA subiram na sexta-feira, recuperando-se após uma sessão de perdas, ajudados pelos fortes resultados da Broadcom, empresa de semicondutores.
Às 8h, o contrato Dow futuros estava em alta de 0,2%, o S&P 500 futuros subiu 0,3%, e o Nasdaq 100 futuros ganhava 0,7%.
Os principais índices de Wall Street fecharam em baixa na quinta-feira, com o blue chip Dow Jones Industrial Average caindo 0,5%, caindo pelo sexto dia consecutivo e marcando sua mais longa série de perdas desde abril. O Nasdaq Composto caiu 0,7% e o S&P 500 caiu 0,5%.
Para a semana, o Dow está se encaminhando para uma queda de 1,6% e o S&P 500 para uma queda de 0,6%, enquanto o Nasdaq deve ganhar 0,2%.
A lista de dados econômicos está praticamente vazia na sexta-feira, enquanto na frente corporativa empresas como a gigante de chips Broadcom (NASDAQ:AVGO), a empresa de móveis para casa RH (NYSE:RH) e a varejista Costco (NASDAQ:COST) estarão no centro das atenções depois de divulgarem seus resultados trimestrais após o fechamento na quinta-feira.
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2. Broadcom dispara com demanda por IA
As ações da Broadcom subiram no pré-mercado depois que a fabricante de chips previu uma receita maior do que a esperada para o trimestre atual, citando o aumento da demanda por chips devido ao crescente interesse em inteligência artificial.
A previsão otimista e os comentários otimistas dos executivos durante a teleconferência de resultados fizeram com que os investidores, em grande parte, ignorassem a receita trimestral mais suave do que o esperado.
A Broadcom está sendo negociada com alta de mais de 60% para 2024, e é vista subindo para um recorde indicado, tendo se beneficiado muito do aumento da demanda alimentada por IA por seus equipamentos de rede, que desempenham um papel crucial na criação de infraestrutura para o setor.
O CEO da Broadcom, Hock Tan, destacou o papel significativo que a IA desempenhou no crescimento da empresa. "A receita de semicondutores foi um recorde de US$ 30,1 bilhões, impulsionada pela receita de IA de US$ 12,2 bilhões", disse Tan. "A receita de IA cresceu 220% em relação ao ano anterior, impulsionada por nossas principais XPUs de IA e portfólio de rede Ethernet."
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3. SEC prepara mais acusações contra Musk
A rixa entre Elon Musk e a Comissão de Valores Mobiliários tomou outro rumo, depois que o bilionário publicou uma carta no X que dizia que a agência está investigando sua empresa de interface cérebro-computador, a Neuralink.
A carta afirmava que Musk tinha um prazo de 48 horas para aceitar um acordo de pagamento monetário ou enfrentar "acusações em vários aspectos".
A carta não especificava a natureza dessas acusações, mas afirmava que as exigências da SEC vinham após uma investigação de vários anos.
Musk tem um longo histórico com a SEC, tendo pago à agência US$ 20 milhões em 2018 por causa de seus tweets afirmando que a Tesla (NASDAQ:TSLA) se tornaria privada e que ele havia garantido o financiamento necessário.
Musk também está enfrentando uma investigação sobre sua aquisição do Twitter, enquanto os legisladores também estavam analisando as alegações de condução autônoma da Tesla.
4. Petróleo rumo a alta semanal
Os preços do petróleo subiram na sexta-feira, rumo ao seu primeiro aumento semanal desde o final de novembro, já que as sanções adicionais sobre o Irã e a Rússia aumentaram as preocupações com a oferta.
Às 8h, os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) ganharam 1,16%, para US$70,83 por barril, enquanto o contrato Brent subiu 1,06%, para US$74,19 por barril.
O mercado de petróleo bruto também foi impulsionado pelas expectativas de que a principal reunião de política da China durante a semana resultaria em mais medidas de estímulo, embora sua conclusão tenha sido recebida com relativo silêncio até o momento.
Isso ofuscou o fato de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo ter cortado novamente suas previsões para o crescimento da demanda de petróleo em 2024 e 2025, e os estoques de petróleo dos EUA terem aumentado inesperadamente mais do que o esperado.
5. Reforma tributária no Brasil
O plenário do Senado aprovou nesta quinta-feira (12) o texto-base da regulamentação da reforma tributária sobre o consumo com 49 votos favoráveis e 19 contrários.
Agora, após análise também dos destaques, os a matéria retorna à Câmara dos Deputados. Apesar da tentativa de inclusão, as armas ficaram de fora do Imposto Seletivo.
O objetivo da reforma é simplificar o pagamento de tributos. No entanto, com as revisões dos parlamentares, a alíquota padrão do imposto sobre valor agregado (IVA) brasileiro deve chegar a cerca de 28%, o maior do mundo.
Com limite de 26,5%, caso a taxa fique superior, será preciso rever o corte de benefícios concedidos.
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