Fique por dentro das principais notícias do mercado desta sexta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 04.07.2025, 08:17
© Reuters

Investing.com – Os dois principais índices acionários dos Estados Unidos encerraram a sessão de quinta-feira em níveis recordes, apesar do menor volume de negociação decorrente do feriado do Dia da Independência. A alta não foi acompanhada pelos mercados europeus, onde persiste a cautela diante da estratégia comercial cada vez mais imprevisível do governo americano.

Em paralelo, o Congresso dos EUA aprovou o extenso pacote legislativo defendido por Donald Trump, superando dissidências internas no Partido Republicano.

No Brasil, os investidores terão mais dados sobre a inflação para avaliar, com a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (IPP) de maio, além do desempenho da balança comercial do país em junho.

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1. S&P 500 e Nasdaq fecham em níveis históricos

Os índices S&P 500 e Nasdaq Composite, este último fortemente influenciado pelo setor de tecnologia, renovaram suas máximas históricas na quinta-feira. O movimento foi sustentado por dados robustos do mercado de trabalho dos EUA, que ofuscaram projeções de manutenção da política monetária na próxima reunião do Federal Reserve.

No encerramento da sessão, que marcou o fim de uma semana mais curta por conta do feriado, o S&P 500 subiu 0,8%, enquanto o Nasdaq avançou 1,0%. O Dow Jones Industrial Average também teve alta de 0,7%, permanecendo próximo de sua máxima histórica. Os mercados americanos permanecem fechados nesta sexta-feira devido ao feriado da Independência.

De acordo com o Departamento do Trabalho, a economia americana gerou mais postos de trabalho do que o esperado em junho. Ainda assim, o dado encobriu uma desaceleração nas contratações no setor privado, que atingiram o menor nível em oito meses. A taxa de desemprego caiu para 4,1%, influenciada por uma redução na força de trabalho, e a média semanal de horas trabalhadas também recuou, sugerindo possível ajuste na alocação de horas pelas empresas.

Apesar dessas nuances, os números confirmaram a resiliência do mercado de trabalho. Combinados a sinais recentes de moderação inflacionária, os dados podem levar o Fed a adiar alterações nos juros na reunião de política monetária marcada para os dias 29 e 30 de julho.

No universo corporativo, a Nvidia viu sua capitalização de mercado se aproximar de US$ 4 trilhões. A fabricante de chips especializados em inteligência artificial consolida sua posição como protagonista da atual onda tecnológica, aproximando-se do posto de empresa mais valiosa da história.

2. Congresso aprova pacote fiscal e orçamentário de Trump

A Câmara dos Representantes aprovou a versão final do abrangente projeto de cortes de impostos e ampliação de gastos defendido por Trump. Os republicanos conseguiram mobilizar dissidentes internos e superar a oposição democrata para garantir a aprovação da medida.

O resultado representa uma vitória estratégica para o presidente, que havia estabelecido o dia 4 de julho como prazo simbólico para sancionar o texto, o que deve ocorrer nesta sexta-feira.

O pacote prevê a prorrogação dos cortes tributários implementados em 2017, além de novas reduções fiscais e forte expansão dos gastos em defesa e segurança de fronteira. Segundo Trump, as medidas colocarão a economia americana em “modo foguete”.

Apesar do entusiasmo do governo, opositores, incluindo alguns parlamentares republicanos, demonstraram preocupação com os impactos fiscais do projeto. Estão previstos cortes em programas de assistência alimentar e de saúde, além da eliminação de incentivos para iniciativas em energia limpa, como forma de compensar os custos da proposta.

Projeções do Escritório de Orçamento do Congresso estimam um acréscimo superior a US$ 3 trilhões na já elevada dívida pública dos EUA, além de impacto negativo sobre a cobertura de saúde de milhões de americanos. A Casa Branca rebateu as estimativas.

3. Tarifas voltam ao foco com envio de cartas a parceiros comerciais

Apesar da melhora nos dados econômicos e da aprovação do projeto de lei, a incerteza em torno da política tarifária do governo dos EUA atenuou o clima de euforia dos mercados neste feriado nacional.

Investidores agora acompanham com atenção o prazo para o fim da moratória sobre as chamadas tarifas “recíprocas”, que se encerra na próxima semana. Ainda não está claro como Trump pretende lidar com o impasse.

Embora o governo tenha prometido, ao anunciar a suspensão de 90 dias, buscar acordos bilaterais com dezenas de países, apenas três memorandos de entendimento foram oficializados até agora: com China, Reino Unido e, mais recentemente, Vietnã. O presidente indicou que “mais alguns” acordos podem ser revelados em breve.

Contudo, Trump sinalizou uma mudança de abordagem e afirmou que enviará cartas a diversos parceiros comerciais nesta sexta-feira, especificando as tarifas que incidirão sobre suas exportações aos EUA.

Ao comentar a dificuldade de concluir negociações com mais de 170 países, Trump reconheceu que o processo é “muito mais complicado” do que o previsto.

4. Petróleo oscila antes de reunião da Opep+

Os preços do petróleo operavam com leve volatilidade nesta sexta-feira, em meio a um volume de negócios reduzido, à espera da reunião da Opep+ marcada para o fim de semana, que pode resultar em nova elevação da oferta global.

No momento da redação, os contratos futuros do Brent recuavam 0,87%, para US$ 68,21 por barril, enquanto os do WTI (West Texas Intermediate) caíam 0,82%, cotados a US$ 66,44 por barril.

Na semana, ambos os benchmarks acumulam ganhos entre 1% e 2%, após forte correção negativa na semana anterior.

A expectativa é que o grupo liderado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados decida por um aumento adicional de 411 mil barris diários em agosto, dando continuidade à reversão dos cortes agressivos de produção implementados nos últimos dois anos.

A decisão ocorre em um contexto de recuperação da oferta, em resposta à prolongada fase de preços deprimidos que atingiu o setor energético global.

Em outro front geopolítico, o site Axios informou que os EUA devem retomar negociações nucleares com o Irã na próxima semana. O chanceler iraniano, Abbas Araqchi, reafirmou o compromisso de Teerã com o Tratado de Não Proliferação Nuclear.

5. Dados de inflação e balança comercial no Brasil

Teremos na agenda econômica local a apresentação do índice de preços ao produtor (IPP) no mês de maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), após um recuo de 0,36% em abril que marcou a terceira queda mensal consecutiva do indicador.

No acumulado de 12 meses até abril, o IPP teve alta de 7,27%, com destaque para o encarecimento das carnes bovinas frescas ou refrigeradas, reflexo da menor oferta para abate.

Já a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 7,238 bilhões em maio, resultado de exportações de US$ 30,156 bilhões e importações de US$ 22,918 bilhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Embora positivo, o saldo naquele mês ficou abaixo das estimativas do mercado, cuja mediana apontava US$ 8,4 bilhões.

No acumulado do ano até maio, o superávit atinge US$ 24,432 bilhões.

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