2 ações disparam +59%, 4 sobem +25% em agosto; como este modelo de IA identifica?
Investing.com – Os índices futuros das bolsas norte-americanas operavam em baixa nesta sexta-feira, após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar novas tarifas sobre importações canadenses, o que ampliou os receios de escalada tributária contra outros parceiros comerciais e reacendeu preocupações sobre o impacto nas cadeias globais de comércio.
A Nvidia ultrapassou US$ 4 trilhões em valor de mercado, enquanto o Bitcoin renovou suas máximas históricas.
No Brasil, os investidores acompanham a reação do governo à guerra tarifária de Trump, além de dados sobre o setor de serviços para o mês de maio.
1. Futuros dos EUA recuam diante de nova rodada de tarifas
Os contratos futuros das bolsas norte-americanas operavam em baixa na manhã desta sexta-feira, refletindo o aumento da aversão ao risco após o presidente Donald Trump anunciar novas tarifas sobre produtos canadenses. A medida elevou as incertezas em torno do comércio global e reacendeu receios sobre uma possível desaceleração da atividade econômica.
Às 8 h de Brasília, o S&P 500 recuava 26 pontos (-0,64%), enquanto o Nasdaq 100 cedia 42 pontos (-0,057%) e o Dow Jones perdia 300 pontos (-0,67%) no mercado futuro.
Apesar de os principais índices de Wall Street terem encerrado o pregão anterior em alta, com S&P 500 e Nasdaq Composite renovando máximas históricas de fechamento, o anúncio de uma tarifa de 35% sobre todas as importações canadenses a partir de 1º de agosto deteriorou o sentimento de mercado.
Na semana, os índices caminham para uma variação modesta: o Dow Jones Industrial Average permanece próximo da estabilidade, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq acumulam ganhos inferiores a 1%.
O foco dos investidores se volta agora para uma possível escalada nas tensões entre os Estados Unidos e a União Europeia. Autoridades europeias indicaram que buscam um acordo antes da implementação das novas medidas.
Na noite de quinta-feira, Trump reiterou sua disposição de revisar o arcabouço comercial vigente, anunciando tarifas de 35% sobre produtos canadenses e sinalizando a possibilidade de taxas adicionais, entre 15% e 20%, sobre importações oriundas de diversos parceiros, inclusive aliados estratégicos.
Em uma carta publicada em sua rede social, Trump comunicou ao primeiro-ministro canadense Mark Carney que as tarifas entrariam em vigor em 1º de agosto e poderiam ser elevadas caso houvesse retaliação por parte do Canadá.
A nova alíquota representa um acréscimo sobre os 25% aplicados anteriormente, embora produtos abrangidos pelo Acordo Estados Unidos-México-Canadá continuem isentos, assim como as tarifas de 10% sobre energia e fertilizantes.
Além do Canadá, outros países foram alvo de sanções tarifárias recentes, incluindo Japão, Coreia do Sul e exportações de cobre, que passaram a ser taxadas em 50%.
2. Nvidia atinge valor de mercado acima de US$ 4 trilhões
A Nvidia fechou o pregão de quinta-feira com capitalização de mercado superior a US$ 4 trilhões, tornando-se a empresa de maior valor do planeta. A fabricante de chips para aplicações em inteligência artificial consolidou sua liderança no setor ao superar pela primeira vez esse patamar ao fim de uma sessão.
Com valorização acumulada de 89% desde as mínimas registradas em abril, os papéis da Nvidia romperam brevemente a marca na quarta-feira, mas só a consolidaram no fechamento de ontem, ao atingirem US$ 4,004 trilhões em valor de mercado.
O avanço reflete a contínua expansão da demanda por soluções de inteligência artificial, que seguem alavancando o desempenho operacional da companhia.
“Estamos reinventando a computação desde a década de 1960, desde a introdução da arquitetura moderna pela IBM”, afirmou o CEO Jensen Huang, durante entrevista à MSNBC. “Nos últimos 33 anos, trabalhamos para transformar a computação, e nos últimos cinco, esse processo ganhou escala.”
3. Bitcoin renova máximas com apoio institucional e ambiente regulatório favorável
O Bitcoin ultrapassou US$ 118.000 nesta sexta-feira, atingindo novo recorde histórico em meio a crescente interesse de investidores institucionais e medidas governamentais consideradas positivas para o setor.
No momento da redação, a criptomoeda era negociada a US$ 117.670, em alta de 5,6%, após ter tocado US$ 118.320 nas primeiras horas do dia.
A forte valorização ocorre paralelamente ao aumento na alocação de bitcoin por empresas em suas reservas corporativas e à robusta demanda por ETFs de criptoativos.
Segundo dados da SoSoValue, os ETFs à vista de bitcoin nos EUA registraram entradas líquidas de US$ 1,18 bilhão até a quinta-feira, marcando o sexto pregão consecutivo de captações relevantes. O volume agregado entre os 12 ETFs atingiu US$ 6,3 bilhões, maior nível diário desde o fim de maio.
A administração Trump, no início do ano, autorizou a constituição de uma reserva estratégica de Bitcoin, conferindo maior previsibilidade ao ambiente regulatório.
Na Ásia, relatos de que um importante regulador chinês realizou reuniões para orientar autoridades locais sobre o uso de stablecoins e moedas digitais alimentaram expectativas de mudança na postura do país em relação ao setor cripto.
4. Petróleo sobe com perspectiva de novas sanções à Rússia
Os preços do petróleo avançavam nesta sexta-feira diante da possibilidade de sanções adicionais à Rússia, embora os ganhos fossem contidos por incertezas relacionadas à política tarifária dos EUA e pelo aumento da produção entre os membros da Opep+.
No momento da redação, os contratos futuros do Brent subiam 0,4%, cotados a US$ 68,94 por barril, enquanto o WTI (West Texas Intermediate) avançava 0,6%, para US$ 66,96.
Ambos os contratos haviam recuado mais de 2% na quinta-feira, pressionados pelas preocupações com os efeitos das novas tarifas sobre o crescimento global e a demanda por energia.
Apesar disso, a retórica de Trump em relação ao presidente russo Vladimir Putin, expressando insatisfação com a estagnação nas negociações de paz com a Ucrânia, reforçou a percepção de risco e abriu espaço para especulações sobre novas medidas punitivas contra Moscou, um dos principais exportadores globais de petróleo.
5. Lula diz que Brasil buscará negociação com EUA
Em entrevista ao Jornal Nacional ontem, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o Brasil buscará negociação com os EUA em relação à imposição de uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para aquele país, mas poderá aplicar medidas equivalentes com base na Lei da Reciprocidade caso não haja acordo.
Ele ainda rejeitou qualquer ingerência externa sobre o judiciário e negou que suas críticas aos EUA ou sua participação no Brics tenham motivado a decisão americana.
Lula destacou que os EUA mantém uma relação comercial superavitária com o Brasil, defendeu a soberania nacional e afirmou que, se necessário, acionará a Organização Mundial do Comércio e buscará apoio do setor exportador para adotar uma postura firme, mas estratégica, diante do impasse.
Ainda no cenário político, o deputado Arthur Lira (PP-AL) propôs ampliar o desconto no imposto de renda para contribuintes com renda mensal de até R$ 7.350, beneficiando mais 500 mil pessoas além da isenção prevista para quem ganha até R$ 5 mil.
A medida, que resultará em renúncia fiscal de R$ 31,25 bilhões em 2026, será compensada com a taxação da alta renda e de dividendos de não residentes, somando R$ 34,45 bilhões em arrecadação.
Lira descartou reduzir alíquotas sobre os mais ricos, após críticas, e afirmou que a proposta busca justiça tributária, mantendo neutralidade fiscal. A votação está prevista para agosto na Câmara.
No calendário econômico, os investidores ficarão atentos a mais dados sobre a economia, com a divulgação do volume de serviços para o mês de maio.