Com alta de +57% HOJE, esta ação de valor pode seguir disparando após balanço
Investing.com – Os principais índices futuros das ações dos Estados Unidos registravam variações discretas nesta terça-feira, com os investidores em compasso de espera diante da divulgação de uma nova leva de resultados corporativos.
A temporada de balanços tem mostrado desempenho consistente até agora em Wall Street, mesmo com a deterioração do ambiente internacional, em função da escalada tarifária.
No Brasil, em meio a um calendário econômico esvaziado, os investidores acompanham os desdobramentos das restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo ameaça de prisão.
1. Futuros estáveis em Wall Street
Os índices futuros das bolsas de Nova York apresentavam pouca variação nas primeiras horas do dia, à medida que o mercado aguardava novos números do segundo trimestre.
Às 7h45 de de Brasília, o Dow Jones operava estável, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq 100 registravam leves perdas, de 0,05% e 0,22%, respectivamente, no mercado futuro.
Na véspera, o índice de referência S&P 500 e o Nasdaq Composite encerraram em novas máximas históricas, apoiados, em parte, pela reação favorável aos últimos balanços corporativos.
Entre os destaques, as ações da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), controladora do Google, avançaram com força. A companhia inaugura, nesta quarta-feira, a temporada de resultados das chamadas "7 Magníficas", grupo composto pelas principais empresas de tecnologia de megacapitalização, ao lado da Tesla (NASDAQ:TSLA), que também divulgará seus números. As ações da montadora, liderada por Elon Musk, caíram levemente na segunda-feira.
A Verizon Communications (NYSE:VZ) também figurou entre os destaques positivos, com alta de aproximadamente 4%, após revisar para cima o piso de sua projeção de crescimento do lucro anual.
Enquanto os balanços seguem no radar, os investidores monitoram o desenrolar das tensões comerciais. O prazo de 1º de agosto para a entrada em vigor das novas tarifas propostas pelo presidente Donald Trump se aproxima, em meio à falta de avanços nas negociações com diversos parceiros comerciais. Como as companhias americanas devem se posicionar diante desse cenário tem sido um dos principais pontos de atenção nesta temporada de resultados.
2. Novos balanços em foco
A agenda desta terça-feira inclui divulgações de empresas relevantes para diferentes setores da economia norte-americana.
Entre os destaques estão os resultados da DR Horton (NYSE:DHI) e da PulteGroup (NYSE:PHM), que podem fornecer indicativos importantes sobre a situação atual do mercado imobiliário residencial. A demanda por imóveis tem enfrentado resistência em função das taxas hipotecárias elevadas e do ambiente econômico desafiador, embora a expectativa de cortes nos juros pelo Federal Reserve ainda neste ano possa reacender o interesse por novos financiamentos, segundo analistas.
A General Motors (NYSE:GM), por sua vez, já alertou que as tarifas americanas podem reduzir seu lucro anual em até US$ 5 bilhões, e investidores aguardam novas sinalizações sobre o impacto dessas medidas na estratégia da montadora.
Na pré-abertura, são aguardados também os números da Coca-Cola (NYSE:KO) e da Philip Morris International (NYSE:PM), enquanto o setor de defesa será representado por RTX Corp. e Lockheed Martin (NYSE:LMT). Após o fechamento dos mercados, será a vez da Texas Instruments (NASDAQ:TXN) e da Intuitive Surgical (NASDAQ:ISRG).
Já a NXP Semiconductors (NASDAQ:NXPI) reportou, na noite de segunda-feira, queda de 6% na receita do segundo trimestre, atribuída à fraqueza nos segmentos de comunicações e infraestrutura. As ações recuaram no after-market.
3. Consolidação no setor ferroviário segue no radar
A BNSF, controlada pela Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa), teria contratado o Goldman Sachs (NYSE:GS) para avaliar a aquisição de uma empresa concorrente do setor ferroviário, segundo informações do site Semafor.
As especulações giram em torno da Norfolk Southern (NYSE:NSC) e da CSX Corp (NASDAQ:CSX), embora não haja clareza sobre qual seria o alvo da operação. Paralelamente, a CSX estaria em conversas com consultorias financeiras, conforme apurou a Reuters.
Esses movimentos ganham força após relatos de que a Union Pacific (NYSE:UNP), maior operadora ferroviária dos EUA, estaria considerando a compra da Norfolk. O negócio, estimado em US$ 200 bilhões, criaria uma malha de transporte com alcance continental, algo que não se via desde a fusão entre a Canadian Pacific (NYSE:CP) e a Kansas City Southern (NYSE:KSU), concluída há quatro anos com o apoio do Goldman Sachs.
Especialistas alertam que qualquer consolidação nesse setor deverá ser submetida ao crivo de órgãos reguladores, em um momento em que ainda se desconhece o grau de disposição do governo Trump para aprovar operações dessa magnitude.
4. Ouro recua após máxima recente
Os preços do ouro registraram leve retração, após alcançarem, na véspera, o maior patamar em mais de um mês. O movimento reflete uma realização de lucros, além de uma modesta recuperação do dólar.
O recente apelo do metal como ativo de proteção foi sustentado por notícias de que a União Europeia prepara novas medidas em resposta às tarifas dos Estados Unidos. Segundo relatos, Washington considera aplicar alíquotas mínimas de 15%, enquanto Bruxelas tenta manter o nível atual de 10%.
Além disso, a falta de clareza quanto à trajetória futura dos juros nos EUA e a pressão sobre a autonomia do Federal Reserve têm reforçado a busca por ativos defensivos. A expectativa majoritária é de que o Fed mantenha os juros nos níveis atuais em sua reunião da próxima semana, apesar das pressões políticas por uma redução imediata.
No momento da redação, o ouro à vista cedia 0,4%, a US$ 3.383,63 por onça, enquanto os contratos futuros da commodity recuavam 0,3%, cotados a US$ 3.395,62. No pregão anterior, os preços à vista haviam avançado 1,4%, aproximando-se de US$ 3.400 por onça.
5. STF ameaça prender Bolsonaro
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, deu 24 horas para que a defesa do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, se manifeste sobre o descumprimento das medidas cautelares que o impedem de usar redes sociais, diretamente ou por meio de terceiros.
A decisão foi motivada pela divulgação de trechos de entrevistas do ex-mandatário, o que, segundo Moraes, viola a ordem judicial e pode levar à decretação de sua prisão com base no Código de Processo Penal. Embora não tenha proibido formalmente que Bolsonaro conceda entrevistas, as restrições impostas tornam inviável sua veiculação pública.
Ontem, Bolsonaro mostrou pela primeira vez a tornozeleira eletrônica determinada pelo STF e a classificou como “símbolo de humilhação”.
Durante visita ao Chile, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil ainda não está em uma guerra tarifária com os Estados Unidos, mas que esse cenário poderá se concretizar, caso Donald Trump mantenha as tarifas de 50% impostas ao país a partir de agosto, em razão do processo judicial a que responde Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado, entre outros fatores.
Lula criticou as medidas adotadas pelo governo norte-americano e afirmou que dará uma resposta caso não haja recuo.
Apesar da tensão, o presidente disse estar tranquilo, elogiou a atuação dos ministros responsáveis pelas negociações e defendeu o diálogo entre os setores produtivos dos dois países.
Lula também manifestou disposição para conversar diretamente com Trump, ressaltando que ambos devem priorizar os interesses nacionais.