SÃO PAULO (Reuters) - A inadimplência de empresas seguiu crescendo em abril, atingindo novo recorde, com mais de 6,5 milhões de empreendimentos negativados, de acordo com indicador apurado pela Serasa Experian (LON:EXPN), divulgado nesta quarta-feira.
Segundo a companhia de análise de informações de crédito, o dado de abril é o maior desde o início da série histórica em 2016. Em relação a março, houve acréscimo de 0,4% e ante abril de 2022, aumento de 6,4%.
O valor total das dívidas em atraso também cresceu, atingindo 117,5 bilhões de reais. Segundo a Serasa, em média, cada CNPJ possui cerca de sete contas negativadas.
"Com insumos encarecidos, juros altos e nenhum incentivo ao consumo, o fluxo de caixa das empresas não encontra espaço para crescer, o que torna a quitação de dívidas inviável para os donos de negócios", disse o economista, Luiz Rabi, da Serasa Experian, em comunicado.
O comentário segue tendência já indicada por grandes bancos do país no mês passado, como Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4), que têm visto uma estabilização dos níveis de inadimplência entre a pessoa física, mas um quadro de "normalização gradual" ao longo dos próximos trimestres entre as empresas.
O segmento de serviços é o mais impactado no levantamento da Serasa, sendo responsável por 54% das empresas negativadas do país. Na sequência, o comércio representa 37% e indústria 7,7%.
São Paulo é o Estado com o maior número de empresas inadimplentes, com mais de 2 milhões de negativadas, disse a Serasa. Em segundo lugar está Minas Gerais, com 605.912, seguido por Rio de Janeiro, com 584.912; Paraná, com 413.648; Rio Grande do Sul, com 384.021; e Bahia, com 338.170.
A Serasa afirmou que entre as mais de 6,5 milhões de empresas negativas, 5,76 são micro e pequenas que somam 94,5 bilhões de reais em dívidas.
(Por Beatriz Garcia)