Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira a apoiadores que ficou feliz pelos protestos que ocorreram no fim de semana em cidades brasileiras contra medidas de restrição à locomoção de pessoas e eventuais toques de recolher, horas após o futuro ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ter defendido medidas de distanciamento para conter o avanço do coronavírus.
"Logicamente eu fiquei feliz, o Brasil todo gostou, mostra que o povo está vivo... os sentimentos democráticos estão aí valendo, queremos a nossa liberdade, queremos que todo mundo respeite a Constituição", disse Bolsonaro sobre as manifestações, em fala transmitida pelas redes sociais.
Com um ano da pandemia, o país atravessa atualmente o pior momento, com recordes sucessivos de mortes e casos e colapso em serviços de saúde em praticamente todos os Estados e o Distrito Federal.
O médico Queiroga, escolhido por Bolsonaro para substituir o general Eduardo Pazuello à frente do Ministério da Saúde, defendeu mais cedo que o país vai reduzir as mortes provocadas pela Covid-19 com políticas de distanciamento social, que podem diminuir a circulação do vírus, e com a melhora na assistência hospitalar.
Apesar de falar em distanciamento e de evitar aglomerações, Queiroga não detalhou que medidas de distanciamento defende. Os governadores, que vem aplicando medidas de restrição de circulação por contra própria, tem cobrado apoio do governo federal e a determinação de medidas que fogem a alçada dos Estados.