👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Nova batalha das maquininhas promete ser mais equilibrada do que parece

Publicado 10.03.2024, 05:01
Atualizado 10.03.2024, 08:10
© Reuters.  Nova batalha das maquininhas promete ser mais equilibrada do que parece
BBAS3
-
BBDC4
-
ITUB4
-
SANB11
-
PAGS
-
STNE
-

O mercado de maquininhas caminha para uma nova configuração nos próximos anos: de um lado, estarão as empresas controladas por bancos, com capital fechado e maior flexibilidade para praticar preços mais baixos. De outro, as desafiantes do setor. Os conglomerados tradicionais têm o desafio de integrar dois legados distintos, enquanto as empresas independentes precisam desenvolver ofertas bancárias e atrair os clientes a elas. A batalha é, portanto, mais equilibrada do que parece à primeira vista.

A Rede, que pertence ao Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4), ultrapassou a primeira barreira: em 2023, assumiu a liderança do setor após a integração com o banco chegar às pequenas e médias empresas. Esse movimento levou cerca de quatro anos, intervalo em que o mercado de cartões ganhou um rival de peso com a chegada do Pix. Ainda assim, o mercado bateu R$ 1 trilhão em operações no quarto trimestre do ano passado, e a Rede processou 23,6% desse volume.

É essa integração que Bradesco (BVMF:BBDC4) e Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) buscam para a Cielo (BVMF:CIEL3), que desejam retirar da Bolsa aos moldes do que o Itaú fez com a Rede há 12 anos. Se a deslistagem for concluída, as três maiores forças do setor, grupo que inclui a Getnet, serão empresas sem acionistas minoritários e que poderão, em teoria, praticar preços mais baixos. Traduzindo: para estes bancos, a adquirência deixou de ser um negócio por si para se tornar uma ferramenta bancária.

O consultor e presidente da Boanerges & Cia, Boanerges Ramos Freire, afirma que o processamento de pagamentos virou uma porta de entrada, primeiro para o crédito e depois para outros produtos, como gestão de caixa e seguros. "Falta essas empresas avançarem mais fortemente na direção de se recriarem, e isso significa sair do mundo de pagamentos baseados em cartão", diz ele.

"Temos que ter a visão de que o banco é muito maior do que o adquirente, e um banco concorre com o outro atraindo mais clientes", afirma o sócio fundador da Colink Business Consulting, Edson Luiz dos Santos. "Quando o banco briga pelas contas das Pequenas e Médias Empresas (PMEs), o adquirente ajuda a adquirí-las, e não o contrário."

Construção

As empresas que entraram nesse mercado a partir da abertura, em 2010, fizeram esse cálculo. O PagBank lançou um banco digital em 2019, após comprar o antigo Banco Brasileiro de Negócios (BBN). O negócio surgiu para atender aos comerciantes que usavam as maquininhas PagSeguro (NYSE:PAGS), mas fez sucesso com o público pessoa física, que chegou a quase 11 milhões de clientes ativos no ano passado.

A empresa considera essa base uma fortaleza, mas tem direcionado esforços aos produtos e serviços para os comerciantes. "Durante o ano de 2023, focamos em fazer uma oferta de produtos e serviços financeiros e da conta corrente mais adequada para o pequeno e médio empresário", afirma o CEO, Alexandre Magnani. Para deixar claro que também é banco, a empresa estendeu a marca PagBank a todo o negócio no ano passado.

Stone (NASDAQ:STNE) e Mercado Pago não se manifestaram para essa matéria. Na Stone, o plano estratégico para os próximos três anos tem como metas levar a carteira de crédito a R$ 5,5 bilhões até 2027, alavancando o lucro líquido ajustado a R$ 4,3 bilhões. Nos nove primeiros meses do ano passado, os números acumulados eram de R$ 113,5 milhões e R$ 994 milhões, respectivamente.

O Mercado Pago, que atende clientes e comerciantes dentro e fora do Mercado Livre (NASDAQ:MELI), tem feito um esforço para associar a marca à do controlador e se tornar mais conhecido do grande público. No ano passado, processou US$ 34,7 bilhões em transações na América Latina, mas não detalhou quanto disso veio do Brasil.

Reconstrução

As três líderes têm à disposição os produtos e serviços dos controladores, mas para acessá-los, têm de se integrar a eles. Os sistemas dos grandes bancos foram construídos para operar de forma independente das credenciadoras, e vice-versa. O mesmo acontece com as equipes comerciais.

"Tínhamos várias pessoas falando com o cliente, eventualmente cada uma querendo mostrar que seu produto era o melhor", afirma Angelo Russomanno, diretor da Rede. A liderança de mercado tornou a empresa um paradigma no setor, mas levou tempo: o processo começou em 2020, oito anos após a saída da Bolsa, pelas empresas de maior porte, e chegou às PMEs no ano passado.

A união também é de sistemas. "Se não entendermos onde a oferta se encaixa, no médio prazo, nos perdemos. O modelo precisa funcionar em qualquer cenário", diz Cassio Schmitt, CEO da Getnet. Ao contrário da Rede, a empresa não se tornou um canal dentro do Santander (BVMF:SANB11), e tem firmado outros acordos, inclusive com instituições financeiras, para distribuir produtos.

Caso a Cielo deixe a Bolsa, terá um desafio adicional: o controle por dois bancos, que são sócios e concorrentes. "Pode ser que amanhã os sócios dividam a empresa", diz Santos, da Colink, mencionando o exemplo da Credicard, dividida entre Itaú e Citi no passado. "O movimento da Cielo, e do Bradesco e do Banco do Brasil, é para tentar recuperar mercado."

A Cielo e o Bradesco não se manifestaram. O vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do BB, Geovanne Tobias, afirmou que os dois bancos são sócios de longa data em empresas fechadas através da holding EloPar, para onde pretendem levar a Cielo. "Essa parceria é regida por acordos de acionistas maduros e estrutura de governança sólida que têm permitido o crescimento de companhias como Elo, Livelo e Alelo. Acreditamos, portanto, que o fechamento do capital da Cielo sob a estrutura da Elopar também será benéfico à nossa parceria", disse ele, em nota.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.