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SÃO PAULO (Reuters) -O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta quarta-feira que o governo chinês deve aprovar novos credenciamentos para que mais frigoríficos do Brasil possam embarcar carne ao país asiático, ressaltando que os anúncios serão realizados durante a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China.
Em entrevista ao programa do governo federal A Voz do Brasil, ele disse ainda que diversos termos de cooperação serão assinados no período. Lula embarca à China na sexta-feira.
"Vários termos de cooperação serão assinados, inclusive na área do agronegócio, por exemplo, credenciamento de novos frigoríficos, ampliação de parcerias", disse Costa em entrevista à Voz do Brasil.
Ele classificou a relação entre Brasil e China como importantíssima "para dinamizar a economia brasileira", desencadeando, inclusive, aumento de investimentos na área privada.
"Porque na hora que você abre a compra de 10, 20, 30, 50 frigoríficos brasileiros, significa que 1,5 bilhão de chineses poderão se alimentar de grãos e carne produzidos no Brasil."
A habilitação de novas plantas frigoríficas já é esperada pelo mercado e por autoridades do governo. Em janeiro, quando a China reabilitou três unidades brasileiras, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que outras oito novas aprovações seriam anunciadas pelos chineses em breve.
Mais de um quarto dos líderes empresariais que viajam para a China com o presidente Lula tem ligações com a indústria brasileira de carnes, que está em expansão mas depende fortemente da demanda chinesa para a maior parte de suas exportações.
Dos quase 250 executivos participantes da viagem, 69 são de frigoríficos, de acordo com uma lista preliminar das delegações empresariais vista pela Reuters. Grandes companhias como JBS (BVMF:JBSS3), Marfrig (BVMF:MRFG3) e BRF (BVMF:BRFS3) estarão representadas.
O Brasil também pretende renegociar os protocolos sanitários segundo os quais um único caso da doença "mal vaca louca" desencadeia uma proibição das exportação de carne bovina de todo o país para o mercado chinês.
Atualmente, os embarques da proteína estão suspensos devido a um caso atípico da doença ocorrido no Pará. A expectativa é que a suspensão se encerre também durante a missão presidencial.
(Texto de Nayara Figueiredo; edição de André Romani e Alexandre Caverni)