Por Andrew MacAskill e Kylie MacLellan
BIRMINGHAM (Reuters) - A nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, desencadeou uma nova discussão em seu partido nesta terça-feira ao sugerir que ela pode limitar os aumentos nos pagamentos de benefícios a uma taxa menor que a inflação crescente, enquanto busca maneiras de financiar seu plano de crescimento de corte de impostos.
A nova líder britânica tem passado por um período tumultuado desde que chegou ao poder em 6 de setembro, primeiro liderando o luto nacional pela rainha Elizabeth antes de lançar um pacote econômico que imediatamente agitou os mercados financeiros.
Buscando tirar o Reino Unido de mais de 10 anos de estagnação econômica, Truss e seu ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, estabeleceram 45 bilhões de libras em cortes de impostos não financiados em 23 de setembro, juntamente com promessas de desregulamentar a economia para estimular o crescimento.
Na segunda-feira, eles cederam à pressão para acabar com a medida mais divisiva, a eliminação da alíquota máxima do imposto de renda para os mais ricos, e agora trabalham urgentemente nos detalhes completos do plano e como poderão pagar sem deixar um enorme buraco negro nas finanças públicas do país.
"Temos que olhar para essas questões. Temos que ser fiscalmente responsáveis", disse Truss à BBC Radio quando perguntada se os pagamentos de benefícios aumentarão de acordo com a inflação recorde para evitar que os mais pobres da sociedade sejam prejudicados.
Imediatamente parlamentares do Partido Conservador de Truss, alguns que acabaram de forçar a reversão da alíquota máxima, se opuseram a qualquer movimento para reduzir os aumentos nos benefícios em um momento em que milhões estão lutando com os custos mais altos de alimentos e energia.
Kwarteng definiu 23 de novembro como a data para sua próxima declaração fiscal, mas o governo está considerando antecipar isso.
(Reportagem de Andrew MacAskill, Elizabeth Piper e Alistair Smout em Birmingham, Kylie MacLellan e Sarah Young em Londres)