Por Leika Kihara e Tetsushi Kajimoto
(Reuters) - O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse nesta terça-feira que ainda há alguma distância para atingir de forma sustentável e estável a meta de inflação de 2% do banco central local, uma sinalização de que está determinado em manter a política monetária ultraflexível por enquanto.
"Seguimos pacientemente com nossa política monetária ultraflexível sob controle da curva de rendimento (YCC)", com a devida consideração ao impacto na intermediação financeira e no funcionamento do mercado, disse Ueda em coletiva de imprensa após participar de uma reunião de autoridades financeiras do G20 na Índia.
Ueda disse que o Banco do Japão examinará a cada reunião de política monetária o ritmo do progresso do Japão para alcançar de forma sustentável sua meta de 2%.
"Se nossa suposição (de que alcançar de forma sustentada a meta de 2% de inflação permanece distante) permanecer inalterada, nossa narrativa geral sobre política monetária permanecerá inalterada", afirmou ele.
Seus comentários vieram em resposta a uma pergunta sobre se o banco central japonês via necessidade de ajustar o YCC em sua revisão de juros no final deste mês.
Sob o YCC, o Banco do Japão orienta as taxas de juros de curto prazo em -0,1% e compra grandes quantidades de títulos do governo para limitar o rendimento dos títulos de 10 anos em torno de 0%, como parte dos esforços para trazer a inflação para sua meta de 2%.
Com a inflação acima da meta de 2% por mais de um ano, os mercados estão repletos de especulações de que o banco central japonês poderia ajustar o YCC já neste mês para lidar com os custos crescentes, como as distorções do mercado, causadas por sua enorme compra de títulos para defender o limite de rendimentos.
Fontes disseram à Reuters que o Banco do Japão discute internamente a ideia de ajustar o YCC já neste mês, embora as negociações sejam preliminares e nenhuma decisão final tenha sido tomada.