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Produtor de MT avalia perdas na soja e se antecipa safra de algodão, diz Abrapa

Publicado 24.11.2023, 11:00
© Reuters. Colheita de algodão. REUTERS/Ricardo Moraes

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - Com perdas no potencial produtivo da soja pelo forte calor e falta de chuva em Mato Grosso, o agricultor está avaliando qual a melhor alternativa de manejo e rentabilidade para o algodão, que geralmente é mais plantado após a colheita da oleaginosa no Estado, na segunda safra, disse o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).

Após poucas chuvas que trouxeram algum alívio para as lavouras de soja nos últimos dias, disse Alexandre Schenkel à Reuters, o produtor que programou o algodão na "safrinha" ainda avalia se antecipa o plantio da pluma já para dezembro.

Essa mudança teria o custo de se perder a lavoura de soja, já que o algodão seria semeado na mesma área, mas poderia aumentar a produtividade da pluma, que produz mais por hectare se plantada em dezembro em vez de janeiro, na segunda safra.

Essa estratégia ainda poderia garantir mais chuvas para o ciclo do desenvolvimento do algodão no Estado que é o maior produtor brasileiro, uma vez que o fenômeno climático El Niño que tem trazido chuvas irregulares ao centro-norte do país também é caracterizado por "cortar" mais cedo as precipitações, nos primeiros meses do ano.

"Teve replantio (de soja), mas o principal fator é o que vai conseguir recuperar. Todas as áreas foram afetadas com este calor. As áreas que dariam replantio ou que tiveram perda de produção vão para algum plantio de algodão, de área que estava preparada para o algodão. E, sem colher a soja, o produtor vai ter que tomar uma decisão", disse Schenkel, na noite de quinta-feira, durante jantar anual da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

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O presidente da Abrapa havia indicado anteriormente que fazer uma única safra de algodão seria uma possibilidade, mas ainda evitou falar da abrangência que esta tendência poderia ter, já que produtores ainda avaliam se seguem com a soja em algumas áreas.

"Estamos mais preocupados em plantar o algodão na sequência da soja, estamos avaliando as lavouras toda a semana, dia sim, dia não, acompanhando cada talhão para ver o que está afetando."

"A expectativa é ter alguma recuperação (na soja) com as poucas chuvas que ocorreram nesta semana, foram pontuais, e estamos vendo se vai alongar o ciclo da soja, o que poderia prejudicar a janela do algodão", disse.

Contudo, ele disse que é consenso que vai haver quebra de produção na soja, com as produtividades sendo afetadas "severamente". "É cedo para falar em quantidade de perdas, mas de fato vamos ter perda de produção na soja."

Para o produtor que decidir partir para o algodão na primeira safra, além do prejuízo com a soja, ele terá de "investir em manejo com mais tecnologia, porque vamos ter que recuperar em produtividade", disse o presidente da Abrapa.

"Áreas plantadas em dezembro têm uma produção maior, deixa de colher a soja, mas vai ter produção maior (de algodão), esta vai ser a decisão que o produtor tem que tomar."

O Mato Grosso produz cerca de 2 milhões de toneladas de algodão em pluma em um ano, ou dois terços da produção nacional.

EXPORTADOR ACOMPANHA

O Brasil deve ser o terceiro produtor global de algodão na temporada 2023/24, posição que pode ser fortalecida caso a safra da pluma seja ampliada em meio aos problemas da soja.

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O presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Miguel Faus, disse que o setor exportador está acompanhando os desdobramentos. "Como o Brasil tem posição de destaque no mercado, qualquer mudança tem reflexo lá fora."

Ele disse também à Reuters, durante jantar da Anec, que mesmo na eventualidade de problema para a safra, os compromissos assumidos por produtores de algodão não gerariam riscos.

"Da safra nova, tem 50% a 60% da safra vendida só, não teria problema com contratos, a gente acompanha muito perto."

O Brasil deve ser o segundo exportador global de algodão em 2023/24, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), apenas um pouco atrás dos norte-americanos.

 

(Por Roberto Samora)

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