Por David Lawder
BENGALURU (Reuters) - A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse à Reuters neste sábado que os novos dados mostrando que a inflação do país subiu inesperadamente em janeiro sinalizaram que a luta contra a inflação não é “em linha reta” e que será necessário trabalhar mais.
Em uma entrevista à Reuters na reunião de líderes financeiros do G20 na Índia, Yellen rejeitou argumentos de alguns economistas de que uma recessão ou uma taxa de desemprego significativamente maior seriam necessários para que o Federal Reserve vença a luta contra a inflação, mantendo sua visão de que a inflação pode ser reduzida, mesmo mantendo um forte mercado de trabalho.
Os dados mais fortes de gastos do consumidor nos EUA em quase dois anos mostraram na sexta-feira que a medida preferida do Fed para a inflação, o índice de preço de consumo pessoal (PCE), pulou inesperadamente em janeiro, gerando dúvidas se o Fed continua atrasado em sua luta contra a inflação.
Revisões de dados anteriores mostraram que a deflação anterior foi mais branda do que havia sido divulgado, e aqueles dados aumentaram os temores do mercado financeiro de que o Federal Reserve possa continuar aumentando a taxa de juros até o verão do hemisfério norte.
“Eu acho que esse relatório mostrou que não será uma linha reta - a desinflação não é uma linha reta”, disse Yellen, acrescentando que a inflação “continua sendo um problema”.
“É uma leitura, mas o núcleo da inflação continua em um nível que está acima do que é consistente com o objetivo do Fed. Então, há mais trabalho a ser feito”, acrescentou Yellen.
(Reportagem de David Lawder)