Por Brendan O'Brien
CHICAGO (Reuters) - Os futuros da soja nos EUA subiram nesta quinta-feira devido a uma nova rodada de vendas de exportação e à perspectiva de o novo presidente da Argentina, Javier Milei, desvalorizar a moeda do país depois de assumir o cargo no fim de semana, disseram analistas.
O trigo e o milho fecharam em alta, já que os traders aguardavam o relatório mensal da safra mundial do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) na sexta-feira.
O contrato de soja mais ativo na bolsa de Chicago (CBOT) terminou em alta de 16,25 centavos, ou 1,3%, a 13,1175 dólares por bushel.
A recuperação ocorre três dias antes de a Argentina, maior exportador mundial de farelo de soja e óleo de soja, dar posse a Javier Milei, que prometeu dolarizar a economia.
"Estamos ouvindo isso com a chegada do presidente à Argentina e que possivelmente, já na segunda-feira, haverá algum tipo de grande desvalorização", disse Joe Davis, diretor de vendas de commodities da Futures International.
O apoio adicional à soja resultou da confirmação de vendas privadas de 121.000 toneladas de soja dos EUA pelo USDA para envio a destinos desconhecidos no ano de comercialização de 2023/24.
Além disso, a Conab reduziu sua previsão para a safra de soja 2023/24 do Brasil para 160,177 milhões de toneladas, de sua previsão mensal anterior de 162,420 milhões, citando atrasos no plantio. No entanto, a safra ainda seria a maior da história do Brasil.
O milho CBOT fechou em alta de 3,75 centavos, ou 0,8%, a 4,88 dólares por bushel, enquanto o trigo encerrou em alta de 8,75 centavos, ou 1,4%, a 6,4225 dólares por bushel.
A atenção nos mercados de grãos está voltada para o relatório mensal de sexta-feira do USDA sobre safra mundial, que incluirá estimativas atualizadas de produção agrícola para a América do Sul.
Analistas consultados pela Reuters esperam que o USDA reduza suas estimativas para as safras de soja e milho do Brasil em 2023/24.
(Reportagem adicional de Gus Trompiz em Paris e Peter Hobson em Canberra)