BRASÍLIA (Reuters) - O governo central deve fechar o ano com um superávit mais próximo de 40 bilhões de reais do que dos 13,5 bilhões de reais previstos oficialmente pelo Ministério da Economia até o momento, disse nesta quinta-feira o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle.
Em entrevista à imprensa, o secretário também afirmou que o Brasil está “muito bem posicionado” do ponto de vista fiscal e monetário em meio ao cenário eleitoral e que o endividamento público não é uma preocupação, num momento em que o Tesouro conta com um confortável colchão de liquidez para gestão da dívida.
Para ele, após sair na frente no ajuste de sua política monetária e com bons resultados fiscais, o Brasil viverá um cenário positivo para investimentos depois da definição sobre os ajustes de juros nos Estados Unidos.
Entre os fatores que devem melhorar os dados fiscais observados até o momento, Valle citou pagamento de dividendos da Petrobras (BVMF:PETR4) à União, empoçamento de verbas que os ministérios têm dificuldade de gastar e bloqueio de recursos feito para respeitar o teto de gastos.
O secretário reafirmou que o Tesouro não tem prazo para apresentar proposta que cria novo arcabouço fiscal para o país, usando a dívida pública como âncora.
Ele disse que será apresentado um texto técnico para discussão, antes de ressaltar que o Tesouro pretende contribuir para o debate fiscal independentemente de quem vencer as eleições neste ano.
(Por Bernardo Caram)