Londres, 9 jul (EFE).- O Comitê de Política Monetária do Banco da
Inglaterra (autoridade monetária) informou hoje que, pelo quarto mês
consecutivo, decidiu manter a taxa básica de juros no Reino Unido no
mínimo histórico de 0,5%, e que continuará com o programa de emissão
de dinheiro para continuar a reativação da economia.
A manutenção da taxa de juros não surpreendeu os analistas, mas
sim o fato de que o banco emissor não ampliasse a concessão do
programa de "alívio quantitativo", que insere desde março liquidez
no mercado através da compra de títulos do setor público e privado.
Os especialistas esperavam que o organismo reforçasse hoje este
programa, que já comprometeu 112 bilhões de libras (130,081 bilhões
de euros), dos 125 bilhões de libras com os quais conta (144,9
bilhões de euros).
Ao divulgar sua decisão, o banco central indicou que ainda falta
um mês para que o programa de compra de ativos se complete, por
isso, em sua próxima reunião de agosto, avaliará se amplia o valor
ou não.
O programa foi ativado depois que a taxa de juros do Reino Unido
foi fixado em 0,5% em março, após seis reduções consecutivas com as
quais o banco central tentou amortecer o impacto da crise financeira
na economia nacional.
No entanto, após comprovar que esta medida não conseguia reanimar
a economia nem impulsionar a recuperação do mercado creditício, o
Banco da Inglaterra decidiu emitir dinheiro para injetar liquidez no
mercado, um fato inédito em sua história.
Essa estratégia contemplava, em um primeiro momento, a emissão de
75 bilhões de libras (86,989 bilhões de euros) para a compra de
títulos até junho.
No entanto, o banco decidiu em maio ampliar esta medida em outros
50 bilhões de libras (57,9 bilhões de euros), para 125 bilhões de
libras.
Alguns economistas já advertiram sobre o risco a longo prazo
desta medida extraordinária.
Neste sentido, Riccardo Barbieri, o responsável de Economia
Internacional do Bank of America Merrill Lynch, explica que o banco
central inglês "se transformou no principal detentor de títulos
privados e estatais", e com isso, no dia em que se decidir retirar a
medida de apoio e comece a vender estes ativos, "pode provocar um
grande desajuste no mercado". EFE