BC faz leilão de dólar à vista em meio a disparada do dólar para perto de recordes

Publicado 27.08.2019, 13:46
Atualizado 27.08.2019, 14:15
BC faz leilão de dólar à vista em meio a disparada do dólar para perto de recordes

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Central vendeu dólares no mercado de câmbio à vista nesta terça-feira, com taxa de corte de 4,125000 reais e lote mínimo de 1 milhão de dólares, na primeira operação sem estar associada a nenhuma outra em cerca de uma década.

O BC não divulgou o montante total negociado.

O leilão foi anunciado enquanto a cotação do dólar disparava, chegando a uma máxima de 4,1956 reais na venda, colada no recorde histórico de fechamento.

Depois do anúncio, o dólar desacelerou os ganhos e chegou a cair para 4,1235 reais. Às 13h55, a moeda voltava a subir 0,43%, a 4,1586 reais na venda.

As questões externas, centradas sobretudo nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, têm tido peso importante na valorização do dólar no Brasil, mas havia aumentado recentemente o coro de analistas questionando a falta de ação adicional do BC no câmbio, enquanto o real se depreciava mais que os pares.

Mas, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal nesta terça, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a recente desvalorização da taxa de câmbio está dentro do padrão normal. "O real nos últimos dias tem tido desvalorização um pouquinho acima, mas está bem dentro do padrão normal", afirmou.

A divisa brasileira cai cerca de 8,1% ante o dólar em agosto, segundo pior desempenho global, melhor apenas que o peso argentino.

Mais cedo, o BC já havia vendido 550 milhões de dólares no mercado à vista, mas a operação estava associada a uma venda de mesmo montante em swaps cambiais reversos.

O BC também tem ofertado nos últimos anos dólares das reservas, mas com compromisso de recompra, em operações conhecidas como linhas.

Um gestor destacou que a intervenção do Banco Central "piorou" outras moedas emergentes, como peso mexicano, peso argentino e rand sul-africano. "Isso mostra que está todo 'hedgeado' no real", disse, referindo-se a posição vendida na moeda brasileira (apostando na desvalorização).

Esse "hedge" aumentou conforme os diferenciais de juros entre o Brasil e o mundo caíram a mínimas recordes, o que barateou a utilização do real como instrumento de proteção a posições em outros ativos, como ações e renda fixa.

(Por José de Castro)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.