Investing.com - Os mercados de câmbio registraram grande volatilidade nas últimas semanas, levando o JPMorgan (NYSE:JPM) a revisar suas expectativas para o dólar.
Julho e agosto foram marcados por uma turbulência política e macroeconômica sem precedentes, conforme destacado pelos analistas do JPMorgan em nota de 14 de agosto.
CONFIRA: Cotação das principais taxas de câmbio
"Dentro de seis semanas, os investidores presenciaram a substituição de um candidato presidencial nos EUA, uma tentativa de assassinato, um aumento de mais de 10% no índice ponderado pelas negociações de iene, uma guinada do Fed para cortes substanciais em setembro, e o maior pico intradiário do VIX desde 1990, entre outros eventos", relatou o banco.
A reação do mercado de câmbio foi notável, embora ainda não totalmente estabilizada, indicando uma tendência de cobertura de posições vendidas pouco lucrativas, desempenho inferior em ativos pró-cíclicos/altamente rentáveis e um dólar americano volátil, porém enfraquecido.
O grande prejudicado pela alta volatilidade foi o carry trade, que dificilmente recuperará sua posição dominante dos últimos 12 a 18 meses.
Os ganhos do carry trade acumulados no ano foram completamente eliminados, e os dados do banco indicam que entre 65% a 75% dessas posições já foram liquidadas.
A reação do dólar foi mista, sendo influenciada por um aumento significativo de 100 pontos-base na ponta curta dos rendimentos dos EUA, um fator que o dólar não pode ignorar.
O JPMorgan ajustou para baixo suas previsões para o dólar, especialmente para o par USD/JPY, agora prevendo 146 para o final de 2024 e 144 para o segundo trimestre de 2025, de um anterior 147.
"Continuamos otimistas sobre o dólar por várias razões: 1) o mercado de trabalho nos EUA está enfraquecendo, mas outros dados têm sido razoáveis; 2) os dados cíclicos de outras regiões não são fortes o suficiente para depreciar o dólar; 3) historicamente, o dólar se estabiliza após grandes flutuações nas taxas; 4) riscos positivos relacionados à eleição nos EUA ainda existem; e 5) a sazonalidade de agosto geralmente favorece o dólar", concluiu o JPMorgan.