Trump anuncia série de tarifas sobre cobre, Brasil, Coreia do Sul e importações de pequeno valor
SÃO PAULO (Reuters) - O acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia fez o dólar subir nesta segunda-feira ante todas as demais divisas ao redor do mundo, incluindo o real, com investidores no Brasil também dando preferência a posições defensivas na moeda norte-americana, a poucos dias da entrada em vigor da tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre os produtos brasileiros.
O dólar à vista fechou o dia com alta de 0,54%, aos R$ 5,5925, no maior valor desde 4 de junho, quando encerrou a R$ 5,645. No ano, porém, o dólar acumula baixa de 9,49%.
Às 17h22 na B3 (BVMF:B3SA3) o dólar para agosto -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 0,47%, aos R$5,5935.
No fim de semana, EUA e União Europeia fecharam um acordo prevendo tarifa de 15% sobre os produtos europeus, em um entendimento que foi bem recebido pelo mercado. Isso deu força ao dólar ante as demais divisas e aos rendimentos dos Treasuries, em meio à percepção de que a guerra comercial foi em parte amenizada pelos acordos recentes dos EUA.
No Brasil, após registrar uma cotação mínima de R$5,5686 (+0,12%) às 10h04, o dólar à vista marcou a máxima de R$5,6069 (+0,80%) às 10h47, em sintonia com o avanço da moeda norte-americana ante as demais divisas.
Internamente, a cautela antes do início da cobrança, pelos EUA, de tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, no dia 1º de agosto, também favorecia o posicionamento de parte dos investidores no dólar. A segunda-feira foi mais um dia sem novidades sobre possível negociação comercial entre Brasil e EUA.
"Mesmo diante das valorizações das commodities, como minério de ferro e petróleo, a cautela prevaleceu nos mercados emergentes, aumentando a demanda por proteção cambial", pontuou no fim da tarde Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
Às 17h15, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 1,07%, a 98,652, com ganhos fortes da moeda norte-americana ante o iene, o euro e a libra.