Dólar sobe ante real com demanda de fim de trimestre em dia de leilões do BC

Publicado 25.06.2025, 17:09
Atualizado 25.06.2025, 17:50
© Reuters. Imagem ilustrativa de notas de dólarn17/07/2022nREUTERS/Dado Ruvic

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a quarta-feira em alta no Brasil, com agentes do mercado aproveitando as cotações ainda baixas para comprar moeda para envio ao exterior na reta final do trimestre, em um dia em que o Banco Central atuou por meio de leilões para melhorar a liquidez.

Investidores também se mantiveram atentos à possibilidade de derrubada no Congresso, ainda nesta quarta-feira, do decreto do IOF editado pelo governo Lula.

O dólar à vista fechou em alta de 0,69%, aos R$5,5575. No mês, porém, a divisa acumula baixa de 2,85% e, no ano, recuo de 10,06%.

Às 17h34 na B3 (BVMF:B3SA3) o dólar para julho -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 0,82%, aos R$5,5635.

No início do dia o destaque foi a intervenção do Banco Central nos negócios, por meio de dois leilões simultâneos -- um de venda à vista de US$1 bilhão e outro de swap cambial reverso, também com negociação de US$1 bilhão. A operação de swap reverso tem efeito equivalente à compra de dólares no mercado futuro.

Na prática, o BC atuou nas duas pontas, vendendo dólares no mercado à vista e comprando dólares no segmento futuro.

A autarquia não esclareceu sua intenção em promover as duas operações, mas profissionais do mercado avaliaram nos últimos dias que a instituição mirava no cupom cambial -- a diferença entre a taxa de juros em reais e a taxa em dólares, muito usada para precificar operações de hedge (proteção) no mercado de câmbio. A intenção seria reduzir o cupom cambial e diminuir o estresse no mercado de câmbio, perto do fechamento do trimestre.

Embora o efeito líquido dos leilões seja nulo, já que o BC vendeu no mercado spot e comprou no futuro uma mesma quantidade de moeda, a melhora da liquidez atendeu os agentes que buscavam dólares para remeter para outros países nesta reta final de trimestre.

Operador ouvido pela Reuters pontuou que, sem os leilões, as cotações atingiriam patamares mais elevados nesta quarta. Outro profissional confirmou que o dia foi marcado pela retirada de recursos do país por parte de investidores estrangeiros e fundos.

Neste cenário, o dólar à vista variou entre uma mínima de R$5,5115 (-0,14%) às 9h00, na abertura da sessão, e uma máxima de R$5,5712 (+0,94%) às 12h27.

Internamente, também pesava sobre os negócios a possibilidade de a Câmara e o Senado votarem, ainda nesta quarta, o projeto de decreto legislativo (PDL) que busca derrubar o decreto do governo que trata do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Como o decreto em vigor atinge grande parte das operações cambiais, a postura dos agentes era de cautela.

No exterior, ao contrário do que se via no Brasil, o dólar cedia ante a maior parte das demais divisas no fim da tarde, com investidores ponderando o cessar-fogo entre Israel e Irã e declarações do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, ao Congresso norte-americano.

Às 17h29 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,22%, a 97,742.

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