Dólar cai abaixo de R$5,50 após derrubada da alta do IOF no Congresso

Publicado 26.06.2025, 17:13
Atualizado 26.06.2025, 18:11
© Reuters. Imagem ilustrativa de notas de dólarn17/07/2022nREUTERS/Dado Ruvic

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - A derrubada no Congresso do decreto do governo Lula de elevação do IOF sobre uma série de operações cambiais abriu espaço para o recuo firme do dólar ante o real nesta quinta-feira, para abaixo dos R$5,50, com o movimento sendo favorecido ainda pelo exterior, onde a queda da moeda norte-americana era generalizada.

O dólar à vista fechou em baixa de 1,06% ante o real, aos R$5,4984. No mês, a divisa acumula queda de 3,88% e, no ano, recuo de 11,01%.

Às 17h34, na B3 (BVMF:B3SA3), o dólar para julho -- atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 1,13%, aos R$5,4995.

A quinta-feira foi de agenda cheia de notícias e indicadores tanto no Brasil quanto no exterior, que no geral favoreceram os ativos locais.

No mercado de câmbio investidores reagiam desde cedo à derrubada no Congresso, na noite de quarta-feira, do decreto do governo de elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre várias operações cambiais. Ainda que isso signifique mais dificuldades para o governo equilibrar as contas públicas, a derrubada do IOF fez o dólar emplacar baixas firmes ante o real já durante a manhã.

Apesar das notícias de que o governo considera a possibilidade de ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a derrubada do decreto do IOF, os investidores se apegaram à decisão do Congresso.

"Além disso, o DXY (índice do dólar) está em queda hoje, em função da incerteza em relação ao Federal Reserve", comentou durante a tarde Nicolas Gomes, especialista de câmbio da Manchester Investimentos, em referência ao futuro da política de juros nos EUA.

No exterior o dólar cedia ante quase todas as demais divisas após a divulgação de uma série de dados sobre a economia norte-americana. Entre eles, chamou a atenção a retração de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre, conforme a terceira estimativa divulgada pelo Departamento de Comércio. A queda foi maior que a anunciada na segunda estimativa, de 0,2%.

Alguns números demonstrando que os norte-americanos ficam atualmente mais tempo sem trabalho, além de uma notícia de que o presidente dos EUA, Donald Trump, considera anunciar antecipadamente o substituto de Jerome Powell no comando do Federal Reserve, também pesavam sobre os rendimentos dos Treasuries no exterior e sobre as cotações do dólar ante as demais divisas.

Neste cenário, após registrar a máxima de R$5,5638 (+0,11%) às 9h07, o dólar à vista despencou até a mínima de R$5,4915 (-1,19%) às 14h48, para depois encerrar próximo deste patamar.

Esta quinta-feira também foi o último dia de negociação do FRA de cupom -- derivativo ligado ao cupom cambial negociado na B3 -- de agosto.

Na véspera, o Banco Central havia realizado dois leilões simultâneos justamente para aliviar as taxas do FRA de cupom perto do vencimento, conforme profissionais ouvidos pela Reuters. O cupom cambial, que representa a diferença entre a taxa de juros em reais e a taxa em dólares, é muito usado para precificar operações de hedge (proteção) no mercado de câmbio.

Nas operações de quarta-feira foram vendidos US$1 bilhão à vista e 20.000 contratos de swap cambial reverso (equivalente à venda de US$1 bilhão no mercado futuro).

Nesta quinta, durante coletiva de imprensa, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que a realização dos dois leilões simultâneos foi uma "questão pontual" e que não há nada de novo na política cambial da autoridade monetária. Ele confirmou que o BC olhava para o cupom cambial ao realizar as operações.

No exterior, às 17h32 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,17%, a 97,337.

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