Dólar volta a superar os R$5,80 de olho no exterior e em Brasília

Publicado 26.02.2025, 09:19
Atualizado 26.02.2025, 12:21
© Reuters. Notas de dólarn12/10/2021. REUTERS/Cagla Gurdogan/File Photo

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar ganhou força durante a manhã e passou a sustentar ganhos no Brasil, novamente acima dos R$5,80, acompanhando o fortalecimento da moeda norte-americana também no exterior, inclusive em relação a divisas pares do real como o peso mexicano e o peso chileno.

Investidores também se mantêm atentos às articulações políticas em Brasília, com foco nas mudanças de ministérios.

Às 12h05, o dólar à vista subia 0,85%, a R$5,8015 na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3) o dólar para março -- atualmente o mais líquido -- tinha alta de 0,82%, aos R$5,7895.

No exterior o dólar sustentava ganhos ante uma cesta de divisas fortes desde mais cedo, mas tinha sinais mistos em relação às moedas de emergentes. O cenário foi mudando durante a manhã, com o dólar passando a sustentar ganhos também ante divisas como o peso do México e o peso do Chile -- dois dos países possivelmente mais afetados por eventuais novas tarifas dos EUA sobre o cobre importado.

Na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou uma investigação sobre possíveis novas tarifas em importações de cobre, para reconstruir a produção norte-americana do metal.

"O dólar no Brasil sobe acompanhando o fortalecimento da moeda lá fora", comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. "No início do dia houve certo fluxo de entrada (de divisas no Brasil) e também perspectiva de fluxo, com o mercado trabalhando com a perspectiva de entrada de recursos de captações externas", acrescentou, citando entre as operações mais recentes a realizada pelo Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4).

Com o fortalecimento das cotações no exterior, o dólar à vista se reaproximou dos R$5,80 no Brasil.

Internamente as atenções se voltaram para a divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de janeiro. O Ministério do Trabalho e Emprego informou que foram geradas 137.303 vagas formais, com o resultado muito acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters, de criação líquida de 48.000 vagas.

Na segunda-feira o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, havia antecipado a geração de "mais de 100 mil vagas" em janeiro, o que esvaziou em parte o impacto da divulgação desta quarta-feira.

O cenário político também segue no foco dos investidores no Brasil, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitir a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e indicar para seu lugar Alexandre Padilha, que deixará a Secretaria de Relações Institucionais.

A dança das cadeiras nos ministérios é mais uma tentativa de Lula de retomar apoio político em Brasília, em um contexto de queda de popularidade. Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira indicou que a avaliação negativa do governo Lula disparou na Bahia e em Pernambuco, os dois maiores Estados do Nordeste em termos de população.

No mercado, um dos receios é de que Lula, ao ser pressionado pela perda de apoio, abra os cofres e piore ainda mais a situação fiscal do governo. Nesta manhã, durante coletiva em Brasília, Marinho confirmou que será publicada na sexta-feira a medida provisória liberando o saque do saldo remanescente do FGTS para trabalhadores demitidos entre janeiro de 2020 até a data da publicação e que, por terem aderido ao saque-aniversário, ficaram impedidos de acessar os recursos. Conforme o governo, serão disponibilizados R$12 bilhões.

O Banco Central vendeu em leilão todos os 20.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de abril de 2025.

(Edição Isabel Versiani)

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