Dólar devolve ganhos e passa a cair após Lula respaldar discussões sobre decreto do IOF

Publicado 03.06.2025, 09:09
Atualizado 03.06.2025, 12:40
© Reuters. Casa de câmbio em São Paulon05/03/2020. REUTERS/Rahel Patrasso

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista devolveu os ganhos de mais cedo e passou a recuar ante o real nesta terça-feira, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu as conversas entre a equipe econômica e o Congresso para apresentar alternativas ao decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Às 12h27, o dólar à vista caía 0,37%, a R$5,6530 na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,62%, a R$5,678 reais na venda.

O mercado nacional segue atento às discussões em torno do impasse sobre o IOF, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem se reunindo com os líderes do Congresso para negociar novas propostas a fim de alcançar a meta fiscal após os parlamentares reagirem negativamente ao decreto do governo.

Nesta terça, falando em coletiva de imprensa, Lula respaldou as negociações entre Haddad e os parlamentares, ressaltando que o ministro esteve desde o início disposto a discutir alterações à medida anunciada no mês passado.

"Em nenhum momento o companheiro Haddad teve qualquer problema de rediscutir o assunto", disse Lula na coletiva. "A apresentação do IOF foi o que eles pensaram naquele instante. Aí se aparece alguém com ideia melhor e ele topa discutir, vamos discutir."

Segundo Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, as falas de Lula fornecem um sinal positivo de que o governo não vai pressionar por manter o decreto do IOF e de que está disposto em recuar para se alinhar com os interesses do Congresso.

"Melhora a percepção de interlocução do Congresso com o governo. Essa percepção tinha se deteriorado com o jeito estabanado que ocorreu o anúncio do IOF. Além disso, parece que, ao invés de judicializar a questão, que era um caminho possível, estão trabalhando para um caminho alternativo", afirmou.

Mais cedo, Haddad afirmou que se reunirá na tarde desta terça-feira com o presidente para apresentar medidas estruturais na área fiscal que classificou como soluções duradouras para as contas públicas.

O ministro afirmou que as medidas encontram respaldo dos comandos da Câmara dos Deputados e do Senado, ressaltando que a decisão sobre o tema deve ser levada a público "em algumas horas".

Durante a coletiva de Lula, o dólar devolveu os ganhos que vinha acumulando durante a manhã, ao acompanhar o avanço da divisa norte-americana no exterior, e passou a cair ante o real, com os investidores digerindo bem os comentários de Lula sobre a questão do IOF.

A moeda dos Estados Unidos tinha atingido a maior cotação do dia, a R$5,7094 (+0,62%), às 9h55. A mínima, a R$5,642 (-0,56%), veio às 12h01, após as falas do presidente sobre o IOF.

No exterior, a política comercial dos EUA voltou a ocupar as atenções dos mercados depois que o presidente Donald Trump anunciou plano para dobrar as tarifas sobre aço e alumínio importados para 50% e acusou a China de violar um entendimento alcançado pelos dois países no mês anterior.

Analistas e investidores temem que as tarifas de Trump provoquem maiores danos justamente na economia norte-americana, o que, junto das incertezas sobre a política comercial, tem provocado uma abandono de ativos dos EUA, sendo o dólar o mais prejudicado desse processo.

A expectativa sobre a questão está voltada para quarta-feira, quando as tarifas mais altas estão previstas para entrar em vigor e encerra o prazo que o governo dos EUA forneceu aos parceiros para apresentarem suas melhores propostas de acordos comerciais.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,63%, a 99,207.

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