Dólar amplia ganhos da véspera em meio a cautela internacional

Publicado 05.01.2021, 09:12
Atualizado 05.01.2021, 11:01
© Reuters.

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar passava a disparar contra o real na manhã desta terça-feira, depois de ter saltado acentuadamente na sessão anterior, a primeira de 2021, enquanto os operadores monitoravam o avanço da Covid-19 pelo mundo, a imposição de novos lockdowns na Europa e a disputa pelas últimas cadeiras no Senado dos Estados Unidos.

No cenário doméstico, todos os olhares se voltavam para a eleição para presidente da Câmara dos Deputados, em meio à ansiedade dos mercados pela retomada da agenda de reformas e controle de gastos.

Às 10:36, o dólar avançava 1,40%, a 5,3438 reais na venda, depois de ter tocado 5,3553 na máxima do dia, enquanto o principal contrato de dólar futuro subia 0,86%, a 5,347 reais.

O dia era marcado por cautela nos mercados internacionais depois que o Reino Unido iniciou seu terceiro lockdown nacional nesta terça-feira de forma a limitar a disseminação da Covid-19, em meio a uma nova variante mais infecciosa da doença.

Os temores de que mais restrições à atividade econômica prejudiquem uma recuperação global eram agravados por sinais de que a Alemanha, a maior potência da União Europeia, prorrogará medidas de lockdown até o fim de janeiro.

"Há preocupação com o aumento de casos de Covid, especialmente em relação à nova cepa (descoberta no Reino Unido), levando países a decretar lockdowns", explicou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho.

Segundo ele, fatores domésticos também colaboravam para a fraqueza apresentada pelo real, à medida que a conjuntura brasileira falha em fornecer algum conforto para os investidores já preocupados com a economia global.

"O Brasil entrou na pandemia com a questão fiscal frágil, e, em momentos de aversão a risco global, em meio às incertezas, o real se desvaloriza mais (em comparação com seus pares)", disse ele.

Temores de que o governo possa furar seu teto de gastos em 2021 foram um fator decisivo para a disparada de mais de 29% apresentada pelo dólar em relação ao real no ano passado. À medida que aguardavam a consolidação de ferramentas para controle de gastos e a retomada da agenda de reformas estruturais -- promessa eleitoral do presidente Jair Bolsonaro --, os investidores voltavam a atenção para Brasília em meio à disputa pelo título de presidente da Câmara.

Partidos de oposição a Bolsonaro anunciaram nesta segunda-feira apoio à candidatura do deputado federal e presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), em eleição prevista para ocorrer no início de fevereiro. Bolsonaro já anunciou apoio público à candidatura do deputado Arthur Lira (PP), líder do centrão, para a sucessão da Casa.

Enquanto isso, os operadores acompanhavam também o Estado norte-americano da Geórgia no segundo turno das eleições para o Senado dos Estados Unidos. Em jogo, o controle do Senado e a capacidade de bloquear ou promover a agenda do presidente eleito Joe Biden.

Um cenário de vitória "azul" na Geórgia resultaria em um empate no número de senadores democratas e republicanos nos EUA, o que abriria "espaço para que a agenda democrata seja imposta, aumentando a probabilidade de aumentos de impostos e regulações ao setor de tecnologia, além de um salto nos gastos públicos -- revertendo os motivos da comemoração pela manutenção de um Senado republicano após as eleições presidenciais em novembro", opinou o time econômico da Guide Investimentos em nota.

Na véspera, o dólar negociado no mercado interbancário teve alta de 1,51%, a 5,2701 reais na venda.

O Banco Central anunciou para este pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em maio e setembro de 2021.

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