EUA compraram pesos argentinos e acertaram linha de swap de US$20 bi, diz Bessent
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar iniciou a quinta-feira em baixa no Brasil, em sintonia com o recuo da moeda norte-americana ante algumas divisas pares do real no exterior, como o rand sul-africano, o peso chileno e o peso mexicano.
O mercado também busca digerir o arquivamento, pelo Congresso, da medida provisória sobre taxação de aplicações financeiras, em uma dura derrota para o governo Lula na noite de quarta-feira, além dos novos dados de inflação divulgados nesta manhã de quinta.
Às 9h30, o dólar à vista tinha baixa de 0,25%, aos R$5,3294 na venda.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento cedia 0,14%, a R$5,3585.
A Câmara dos Deputados aprovou na noite de quarta-feira um requerimento que retirou de pauta a MP 1303, que trata da taxação de aplicações, o que levou à perda de validade da principal proposta de ajuste das contas do Executivo para o próximo ano.
Na prática, o texto foi rejeitado sem sequer ter tido seu mérito analisado. A MP caducaria se não fosse aprovada pelos plenários da Câmara e do Senado até o fim do dia.
Em entrevista à rádio Piatã, da Bahia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta manhã de quinta-feira que discutirá na próxima semana como o sistema financeiro pode pagar o imposto devido, após a queda da MP.
Na chegada ao Ministério da Fazenda nesta manhã de quinta, o ministro Fernando Haddad afirmou que o governo fará valer a orientação de Lula. “Ele não vai abrir mão do fiscal, mas não vai abrir mão do social”. O ministro afirmou que apresentará a Lula várias alternativas à MP.
Ao mesmo tempo, Haddad pontuou que o Supremo Tribunal Federal garantiu “prerrogativas do presidente”. “Isso nos dá conforto para chegar até o final do ano”, afirmou, sem entrar em detalhes.
Em 16 de julho, o ministro do STF Alexandre de Moraes concedeu liminar que retomava a vigência da maior parte de um decreto de Lula que elevava alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre uma série de operações. A validade deste decreto era motivo de disputa entre governo e Congresso no Supremo. Posteriormente, o governo negociou com o Congresso a MP 1303 -- agora arquivada -- justamente para substituir o aumento do IOF.
Enquanto a disputa política segue em Brasília, com impactos sobre a área fiscal, no exterior o dólar atingiu mais cedo máximas de dois meses em relação ao iene e ao euro -- moedas afetadas pela turbulência política no Japão e na França. Às 9h23, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,15%, a 99,001.
Porém, a moeda norte-americana cedia ante boa parte das divisas emergentes pares do real.
Na abertura da sessão, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA, o índice oficial de inflação, subiu 0,48% em setembro, abaixo do 0,52% projeto por economistas consultados pela Reuters. Em 12 meses até setembro a inflação atingiu 5,17%, ante projeção de 5,22%.
Às 11h30 desta quarta-feira o Banco Central realizará leilão de 40.000 contratos de swap cambial para rolagem do vencimento de 3 de novembro.
Na quarta-feira o dólar à vista fechou em queda de 0,13%, aos R$5,3430.