Por Yasin Ebrahim
Invesitng.com - O dólar permaneceu no caminho certo para registrar sua sexta queda semanal consecutiva depois de cair na quinta-feira (30), com dados econômicos aumentando as preocupações com uma desaceleração da economia e levando alguns especialistas a advertir que os bons tempos para o dólar serão limitados.
O Índice Dólar, que mede a força da divisa norte-americana em relação a uma cesta das seis principais moedas, caía 0,49%, para 93.
A economia dos EUA sofreu sua maior queda já registrada no segundo trimestre e os sinais de que o mercado de trabalho continua gaguejando diminuíram a perspectiva de uma rápida recuperação. Provavelmente, isso impedirá as chances de uma recuperação para o dólar.
"A reputação do dólar sofreu tanto nas últimas semanas que seu potencial de valorização é limitado", afirmou o Commerzbank (DE:CBKG) em nota.
O PIB dos EUA diminuiu a uma taxa anualizada de 32,9% no segundo trimestre de 2020, melhor do que o declínio esperado de 34,5%, mas ainda o maior declínio já registrado.
Ao mesmo tempo, o Departamento do Trabalho disse que o número de norte-americanos que fizeram pedidos iniciais de benefícios de seguro-desemprego aumentou pela segunda semana consecutiva, embora em apenas 12.000, para 1,434 milhão. Os pedidos contínuos, relatados com um atraso de uma semana, também aumentaram.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, destacou os sinais de rachaduras no ritmo da recuperação durante uma conferência de imprensa na quarta-feira.
"Parece que os dados estão apontando para uma desaceleração no ritmo da recuperação", disse Powell.
Mas o impacto do vírus na economia não é o único fator que mantém o dólar baixo. A deterioração em curso nas relações EUA-China também desperta preocupação.
"Não é de maneira alguma nossa suposição que o dólar americano perderá seu status de moeda de reserva mundial tão cedo; mas a crise do coronavírus e o conflito EUA-China semearam dúvidas suficientes para justificar um aumento do prêmio de risco para o dólar".