Dólar fecha no menor valor do ano no Brasil com foco em pacote fiscal e exterior

Publicado 09.06.2025, 17:23
Atualizado 09.06.2025, 17:40
© Reuters. Casa de câmbio em São Paulon05/03/2020. REUTERS/Rahel Patrasso

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Após retomar o patamar de R$5,60 pela manhã, o dólar perdeu força e fechou o dia em leve baixa, dividido entre o recuo da moeda norte-americana no exterior e o noticiário sobre as medidas fiscais a serem propostas pelo governo Lula em substituição à alta do IOF.

O dólar à vista fechou o dia em leve baixa de 0,13%, aos R$5,5626, renovando o menor valor de fechamento para o ano de 2025. Este também é a menor cotação de fechamento desde 8 de outubro do ano passado, quando terminou em R$5,5334.

Em 2025, a divisa dos EUA acumula perdas de 9,98%.

Às 17h25, na B3 (BVMF:B3SA3), o dólar para julho -- atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,11%, aos R$5,5860.

No exterior, em meio a negociações comerciais entre Estados Unidos e China, o dia foi de queda do dólar ante a maior parte das demais divisas. Isso também trouxe um viés negativo para a relação dólar/real ao longo da sessão, mas no Brasil a volatilidade foi maior em função do pacote de medidas fiscais que vem sendo formulado pelo governo e negociado com o Congresso.

No domingo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ter chegado a um acordo com líderes do Congresso para "recalibrar" o decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no mês passado.

Entre as medidas previstas estão a cobrança de 5% de Imposto de Renda sobre títulos atualmente isentos, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e debêntures incentivadas, que servem de funding para atividades do agronegócio, construção e investimentos em infraestrutura.

Outra proposta prevê a elevação de 12% para 18% da taxa sobre o faturamento de empresas de aposta (bets) após a dedução dos prêmios pagos aos vencedores e do IR.

Além disso, o governo vai propor uma alíquota unificada de 17,5% de IR sobre rendimentos de aplicações financeiras -- incluindo ações e renda fixa. Atualmente as alíquotas podem variar de 15% a 22,5%, dependendo do ativo e do prazo de aplicação.

No domingo, Haddad afirmou ainda que governo e Congresso concordaram em discutir uma redução mínima de 10% nos incentivos tributários que não estão definidos na Constituição.

A falta de detalhes sobre como funcionaria de fato a redução de incentivos tributários e sobre como ficarão as alíquotas de IOF após a recalibragem manteve os investidores cautelosos.

No mercado à vista de câmbio, o dólar chegou a marcar a cotação mínima de R$5,5516 (-0,33%) às 9h07, pouco depois da abertura, mas rapidamente subiu à máxima de R$5,6000 (+0,54%) às 10h29, em meio ao noticiário sobre as medidas.

No restante do dia, porém, o viés negativo vindo do exterior voltou a pesar sobre o dólar, com investidores evitando se posicionar em uma direção específica até que fique mais claro o efeito do pacote do governo sobre os ativos financeiros e as contas públicas.

No exterior, às 17h20 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,13%, a 98,985. A moeda norte-americana também recuava ante o iene, o euro a libra.

Pela manhã o Banco Central vendeu toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de julho de 2025.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.