Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia ante o real nesta sexta-feira, depois de uma volátil manhã em meio à profusão de notícias sobre o acordo comercial entre Estados Unido e China, confirmado por autoridades dos dois países.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os EUA chegaram a um acerto sobre a chamada fase um de um acordo comercial com a China, no qual Washington vai suspender tarifas sobre importações chinesas que entrariam em vigor no domingo, enquanto Pequim ampliará as compras de produtos agrícolas dos EUA.
E autoridades chinesas disseram que os EUA concordaram em retirar por fases as tarifas sobre os produtos chineses.
Contudo, apesar do cancelamento de tarifas que seriam impostas no domingo, as taxações em curso não serão revertidas, ainda que a China tenha dito que os EUA o farão em fases. Na prática, segundo operadores, o acordo é apenas para evitar uma nova rodada de tarifas.
Questionado sobre o volume de compras de produtos agrícolas dos EUA, o vice-chefe do órgão de planejamento estatal da China disse que os números serão anunciados numa data futura, num sinal de que alguns pontos parecem não ter sido decididos.
Por volta de 13h13, o dólar à vista subia 0,34%, a 4,1061 reais na venda. Desde a abertura até perto de 11h a moeda oscilou entre 4,09 reais e 4,08 reais, chegando a atingir às 12h07 uma mínima de 4,0757 reais na venda, depois de anunciado o acordo. A partir de então a cotação começou a ganhar força.
Na B3, o contrato de dólar futuro mais negociado tinha alta de 0,39%, a 4,1085 reais.
No exterior, moedas emergentes se depreciavam, com o iuan chinês offshore liderando as quedas entre 33 rivais do dólar, em baixa de 1%.
Outras moedas sensíveis a questões de comércio e ao sentimento de risco global --como dólar australiano, lira turca, won sul-coreano e peso colombiano-- também se desvalorizavam.
O iene --demandado em tempos de incertezas-- zerou as perdas ante o dólar e passava a operar em torno da estabilidade.