Dólar perto das mínimas enquanto mercado assimila Powell e agenda fiscal de Trump

EdiçãoJulio Alves
Publicado 02.07.2025, 05:23
© Reuters.

Investing.com – O dólar registrava leve alta na manhã desta quarta-feira, mantendo-se próximo aos patamares mais baixos dos últimos anos. Investidores seguem avaliando o tom cauteloso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e os desdobramentos da política fiscal aprovada no Congresso dos Estados Unidos sob a liderança do presidente Donald Trump.

Às 8 h de Brasília, o Índice do Dólar, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis importantes divisas, avançava 0,1%, para 95,512, nível ainda próximo ao piso observado desde fevereiro de 2022.

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Dólar segue pressionado

Durante a madrugada, o Senado americano, de maioria republicana, aprovou o amplo pacote fiscal proposto por Trump, com o voto decisivo sendo proferido pelo vice-presidente JD Vance. O texto, que pode ampliar a dívida pública em até US$ 3,3 trilhões, retorna agora à Câmara para nova rodada de deliberações.

O ambiente político também afeta o câmbio: as críticas de Trump ao presidente do Fed voltaram a levantar questionamentos sobre a autonomia da autoridade monetária.

Em participação no fórum de Sintra, promovido pelo Banco Central Europeu, Powell reiterou sua abordagem dependente dos dados, reforçando que decisões futuras continuarão ancoradas em indicadores como emprego e inflação, o que mantém o dólar vulnerável a variações nessas métricas.

"Powell não excluiu a possibilidade de corte de juros em julho. Caso o relatório de empregos desta quinta-feira decepcione, os mercados tendem a antecipar a precificação de um afrouxamento monetário já neste mês", avaliou o ING em nota enviada a clientes.

Antes da divulgação oficial do payroll, os investidores voltam suas atenções ao relatório de empregos do setor privado (ADP), programado para esta quarta-feira. A expectativa é de criação de 99 mil vagas em junho, após os modestos 37 mil reportados em maio.

Dados divulgados na terça-feira mostraram uma alta inesperada nas ofertas de trabalho em maio. Ainda assim, o ritmo de contratação perdeu força, sugerindo uma possível desaceleração no mercado de trabalho, que até então vinha mostrando resiliência.

Euro atrai fluxo

Na Europa, o EUR/USD recuava 0,2%, cotado a 1,1778, após ter alcançado recentemente seu maior nível desde setembro de 2021. De acordo com dados da LSEG, a moeda comum registrou seu melhor desempenho histórico para um primeiro semestre.

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirmou na terça-feira que a valorização recente do euro reflete não apenas as condições do mercado cambial, mas também a solidez da economia da zona do euro. "É uma expressão das avaliações de mercado, mas também da força da nossa economia", destacou durante a conferência anual do BCE.

Embora o BCE tenha cortado os juros pela oitava vez consecutiva no mês passado, o banco indicou que deve manter as taxas estáveis na próxima reunião.

“O BCE adotou uma postura mais rígida em junho e agora aguarda novos dados antes de fazer ajustes adicionais”, afirmou o ING.

Segundo a instituição, o comportamento do EUR/USD continua amplamente condicionado pelo dólar, com o apetite de compra em recuos se mantendo evidente. Uma eventual frustração nos dados do payroll americano poderia levar o par a romper a marca de 1,20.

O GBP/USD, por sua vez, recuava 0,3%, negociado a 1,3709, abaixo da máxima de 1,3787 registrada na véspera, nível não visto desde outubro de 2021.

A libra esterlina sofreu impacto após o governo trabalhista ser forçado a ceder em pontos-chave de seu projeto de reforma do bem-estar social, diante da resistência interna no Parlamento. O plano, que previa cortes de £5 bilhões em benefícios, foi retirado de pauta.

De acordo com o ING, o episódio não apenas fragiliza a base de apoio do premiê Keir Starmer, como também eleva a probabilidade de que aumentos de impostos sejam considerados no outono.

Iene acompanha negociações comerciais

Na Ásia, o USD/JPY subia 0,3%, cotado a 143,83. O mercado acompanhava as tratativas comerciais entre Tóquio e Washington, que Trump classificou como incertas.

O USD/CNY apresentava leve avanço, sendo negociado a 7,1672. A divisa chinesa mantinha-se enfraquecida, enquanto o dólar estabilizava-se acima das mínimas de três anos.

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