Investing.com - O dólar disparou mais de 1% em relação ao real na manhã desta sexta-feira (28). No último dia de negociação do mês de junho, a moeda americana já acumula alta de 6,09%. No ano, o avanço é de 14,5%.
Às 12h12, o dólar futuro era cotado a R$ 5,55, arrefecendo a alta diária para 0,87%. A moeda americana atingiu a máxima de R$ 5,5847 no dia.
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"Não há outro termo para usar: o real está sofrendo um ataque especulativo", afirma o economista André Perfeito em comentários enviados a clientes. A análise de Perfeito contrapõe dados fundamentalistas da economia brasileira, especialmente de variáveis ligadas ao setor externo, contra a percepção de crise fiscal no mercado.
"O mercado se posicionou contra o Real depois de tantas mensagens truncadas [do Banco Central], isso cria uma situação onde (sic) os agentes, mesmos os que não achem que seja o fim do mundo, virem a mão para ganhar com a queda do Real, afinal não há porque se posicionar de maneira diferente", diz o economista ao apontar que "não consigo pensar em outro motivo que não seja a sinalização por parte da Autoridade Monetária que há uma crise contratada por conta do fiscal."
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Perfeito avalia que as variáveis atuais da economia brasileira estão melhores do que anos atrás, o que não condizem com a trajetória forte desvalorização do real. O economista aponta:
- diferencial de juros mais favorável à economia brasileira devido à manutenção da taxa Selic em 10,5%;
- balança comercial continua positiva, embora esteja perdendo força, mas o "Real mais fraco irá desincentivar as importações";
- dados econômicos bons, apontando à taxa de desemprego divulgada hoje;
- empresas públicas dando lucro;
- estabilidade de preços;
- banco central independente, apesar da tensão envolvendo o Palácio do Planalto e o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.
Em relação à situação fiscal, Perfeito avalia que o "ajuste é realizado aos poucos pelo lado da receita, mas a sinalização por parte do Banco Central está deixando tudo mais confuso". O receituário para desarmar esse ataque apresenta duas ações, na avaliação do economista:
- Intervenções no mercado para atenuar a volatilidade;
- Comunicação simples do Banco Central indicando um movimento exagerado no câmbio.
" A Autoridade Monetária precisa urgentemente voltar a utilizar o instrumento de comunicação de maneira assertiva", recomenda Perfeito ao criticar a "terceirização para o Focus da política monetária". A situação não tende a se normalizar rápido, segundo o economista, e a taxa de câmbio passa a depender para se equilibrar do início do ciclo de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA).
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