EUA sinalizam publicação de documento da Seção 301 sobre Brasil no diário oficial desta sexta
Investing.com – O dólar operava em queda contra as principais divisas no exterior nesta sexta-feira, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adiou uma definição sobre o envolvimento do país na guerra entre Israel e Irã.
Às 8 h de Brasília, o Índice do Dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas principais, recuava 0,28%, a 98,195 pontos. Apesar da baixa, o índice caminhava para encerrar a semana em alta.
Aversão ao risco diminui após sinal da Casa Branca
O conflito entre Israel e Irã, marcado por uma série de ataques aéreos, continuava nesta sexta-feira, com o governo israelense alegando que a ofensiva visa conter o programa nuclear de Teerã. A tensão, no entanto, perdeu força durante a madrugada, após a Casa Branca informar que Trump tomará uma decisão sobre eventual participação direta dos EUA nas próximas duas semanas.
O posicionamento reduziu parte da ansiedade nos mercados, ao abrir espaço para negociações diplomáticas que possam conter uma escalada no Oriente Médio.
“O mercado de câmbio viu a menor probabilidade de intervenção norte-americana como uma oportunidade para renovar posições vendidas em dólar”, afirmaram analistas do ING em relatório.
Segundo o banco, a valorização sustentada da moeda americana exige um fluxo contínuo de notícias que sustentem os preços do petróleo e aumentem a busca por proteção em ativos considerados mais seguros, cenário que se tornou menos provável após os últimos desenvolvimentos.
Euro se fortalece diante de cenário global menos tenso
O EUR/USD avançava 0,1%, para 1,1511, beneficiado pela redução — ainda que modesta — das tensões geopolíticas.
“O ambiente permanece instável demais para uma aposta direcional mais clara no par, mas a possibilidade de uma escalada com envolvimento direto dos EUA pode limitar uma recuperação mais firme acima de 1,160 nos próximos dias”, alertou o ING.
O presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, reforçou ontem que o Banco Central Europeu seguirá empenhado em cumprir seu mandato de controle inflacionário. Dados recentes mostram que o índice anual de preços ao consumidor na zona do euro recuou para 1,9% em maio, ante 2,2% em abril. Já os preços ao produtor da Alemanha, divulgados nesta manhã, caíram 1,2% na base anual, evidenciando pressões inflacionárias moderadas na principal economia do bloco.
O GBP/USD também registrava leve alta, de 0,1%, cotado a 1,3478, embora a libra esterlina tenha tido dificuldade para acompanhar a melhora no sentimento global após a divulgação de dados fracos no Reino Unido.
As vendas no varejo britânico encolheram 2,7% em maio, a maior retração mensal desde dezembro de 2023. Na comparação anual, a queda foi de 1,3%, a mais intensa desde abril do ano passado.
Apesar de o Banco da Inglaterra ter mantido os juros estáveis nesta quinta-feira, a divisão da decisão (6 votos a 3 pela redução) pode ser interpretada como um leve viés de afrouxamento monetário.
“Projetamos apenas dois cortes de juros para este ano, mas os mercados podem reagir ao tom mais brando caso os dados do Reino Unido continuem decepcionando”, avaliou o ING.
Iene ganha força com expectativa de alta de juros no Japão
Na Ásia, o USD/JPY recuava 0,1%, para 145,37, com o iene apoiado por apostas crescentes em novos ajustes na política monetária do Banco do Japão.
O núcleo do índice de preços ao consumidor nacional superou as projeções do mercado, atingindo o maior patamar em quase dois anos e meio em maio. A inflação subjacente também avançou, alcançando o nível mais elevado em mais de um ano.
Esses dados vieram acompanhados da divulgação da ata da reunião do BOJ realizada em maio, na qual autoridades indicaram apoio à continuidade do ciclo de aperto monetário.
O USD/CNY, por sua vez, cedia 0,1%, para 7,1837, com reação contida à decisão do Banco Popular da China de manter inalterada sua taxa de juros de referência para empréstimos.