Dólar recua com alívio em tensões comerciais e dados fortes de emprego nos EUA

Publicado 02.05.2025, 09:09
Atualizado 02.05.2025, 10:16
© Reuters. Nota de dólarn22/06/2017   REUTERS/Thomas White/Illustration

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista recuava ante o real nesta sexta-feira, a caminho de fechar a semana em baixa, à medida que os investidores reagiam positivamente a um alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, enquanto analisavam dados de emprego mais fortes do que o esperado na maior economia do mundo.

Às 9h57, o dólar à vista caía 0,59%, a R$5,6430 na venda. Na semana, a moeda acumula baixa de 0,83%.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,31%, a R$5,686 na venda.

Os ganhos do real nesta sessão ocorriam na esteira de perdas amplas da divisa norte-americana nos mercados globais, uma vez que os agentes financeiros demonstravam maior apetite por risco devido à perspectiva de início das negociações tarifárias entre EUA e China que podem reduzir as tensões comerciais.

O Ministério de Comércio da China afirmou nesta sexta-feira que Pequim está "avaliando" uma oferta dos EUA para discutir as tarifas do presidente norte-americano, Donald Trump, embora tenha advertido o país a não usar "extorsão e coerção".

O posicionamento chinês ameniza a incerteza criada ao longo da semana com as percepções diferentes entre os dois países sobre as relações comerciais. Enquanto autoridades dos EUA apontavam que um acordo poderia ser alcançado em breve, Pequim reiterava que não havia discussões em andamento.

Uma vez que os mercados temem que a guerra comercial possa levar a uma recessão global neste ano, investidores aproveitavam para buscar ativos mais arriscados após o alívio na questão tarifária.

Após o anúncio do "Dia da Libertação" de Trump em 2 de abril, as trocas de retaliações levaram os EUA a impor tarifa de 145% sobre os produtos chineses, enquanto Pequim implementou taxa de 125% sobre as importações vindas dos EUA.

"Negociações entre China e EUA para resolver o conflito tarifário são bem-vindas para os ativos de risco em todo o mundo, que reavaliam se as preocupações foram exageradas. Ambas as potências estão adotando um tom mais conciliador, permitindo que os investidores voltem a se posicionar em risco", disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,31%, a 99,832.

A divisa ainda cedia ante pares do real, como o rand sul-africano e o peso chileno.

O sentimento positivo do pregão ainda ganhou força com a divulgação de dados de emprego dos EUA mais fortes do que o esperado para abril.

O governo norte-americano informou que foram abertas 177.000 vagas de emprego no país em abril, abaixo dos 185.000 postos de trabalho criados no mês anterior, mas bem acima das 130.000 vagas projetadas em pesquisa da Reuters.

O resultado levou operadores a reduzir ligeiramente suas apostas em cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve neste ano, agora projetando 87 pontos-base acumulados em reduções, ante 90 pontos antes da divulgação dos dados de emprego.

Os dados, junto das mudanças nas apostas sobre o Fed, ajudavam a impulsionar os rendimentos dos Treasuries, o que normalmente favorece o dólar nas negociações. Mas devido às recentes preocupações sobre a economia norte-americana, o resultado fortalecia outras moedas mais arriscadas.

As preocupações haviam se exacerbado na quarta, quando o PIB dos EUA registrou uma contração de 0,3% no primeiro trimestre em uma base anualizada, contra a expectativa de expansão de 0,3%.

O rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento -- subia 4 pontos-base, a 4,273%.

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