Dólar oscila pouco com cautela diante de negociações comerciais e impasse do IOF

Publicado 02.07.2025, 09:09
Atualizado 02.07.2025, 10:20
© Reuters. Casa de câmbio em São Paulon05/03/2020. REUTERS/Rahel Patrasso

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar à vista oscilava pouco ante o real nesta quarta-feira, conforme os investidores monitoravam as discussões comerciais dos Estados Unidos com parceiros antes do prazo para o fim da trégua comercial e aguardavam novidades sobre o impasse em torno do decreto do governo sobre o IOF.

Às 10h04, o dólar à vista subia 0,06%, a R$5,4643 na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,08%, a R$5,497 na venda.

Na terça-feira, o dólar à vista fechou com alta de 0,48%, a R$5,4610.

Os movimentos do real nesta sessão tinham como pano de fundo a força do dólar no exterior, uma vez que os agentes demonstravam cautela com a aproximação do prazo de 9 de julho para que os países fechem acordos comerciais com os EUA a fim de evitar a imposição de tarifas mais altas.

O presidente dos EUA, Donald Trump, indicou na véspera que não deve estender esse prazo e continuou a expressar dúvidas de que um acordo pudesse ser alcançado com o Japão, um dos principais parceiros comerciais de Washington.

As incertezas sobre o panorama do comércio global para a próxima semana afastava o apetite por moedas mais arriscadas no pregão, favorecendo o dólar ante pares do real, como o peso mexicano e o rand sul-africano.

"A incerteza em relação à política comercial dos EUA -- como é que vai ficar depois de 9 de julho, quais vão ser as tarifas -- tende a aumentar a aversão a risco dos investidores globalmente, o que favorece o desempenho de ativos considerados seguros", disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Em um outro fator positivo para a divisa dos EUA, operadores têm reduzido um pouco suas apostas recentes em cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve, depois que o chair Jerome Powell reiterou na terça que o banco central aguarda os impactos das tarifas para determinar a trajetória da política monetária.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,46%, a 97,083.

As atenções se voltarão na quinta-feira para a divulgação do relatório de emprego dos EUA para junho, com os mercados em busca de mais sinais sobre o espaço que o Fed terá para reduzir os juros.

"A ideia de que o mercado de trabalho possa estar se enfraquecendo mais rápido que o esperado tende a abrir espaço para cortes de juros pelo Fed, porque reduz as pressões inflacionárias", afirmou Mattos.

Na cena doméstica, o mercado nacional ainda deve continuar repercutindo a decisão da Advocacia-Geral da União (AGU) de ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para defender o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que elevava alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Novos desenrolares sobre a questão podem influenciar as negociações ao longo do dia.

Mais tarde, investidores vão acompanhar a participação do diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, na 17° Conferência de Equity do Citi Brasil, em São Paulo, às 12h30.

Na frente de dados domésticos, a indústria brasileira registrou queda em maio pelo segundo mês seguido. Números do IBGE mostraram que a produção industrial contraiu 0,5% na comparação com o mês anterior e avançou 3,3% ante o mesmo mês de 2024.

(Edição de Camila Moreira)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.