Por Peter Nurse
Investing.com – O dólar se valorizava contra as principais divisas nesta segunda-feira, diante de preocupações com a escalada da situação da Covid na China e do seu impacto na recuperação da economia mundial, gerando uma corrida para ativos de proteção.
Às 8h45 de Brasília, o Índice Dólar, que compara a moeda americana a uma cesta de seis divisas, subia 0,78%, a 107,77, perto do seu nível mais alto desde 11 de novembro.
Diversas cidades chinesas registraram uma alta recorde de novos casos de Covid-19 no fim de semana, ao mesmo tempo em que o país testemunhou a primeira morte relacionada ao vírus em quase seis meses no sábado e outras duas no domingo.
A alta das infecções provocou a decretação de novos bloqueios em diversos centros financeiros, inclusive na capital Pequim e em Xangai, alimentando temores de que a atividade econômica poderia ser gravemente afetada na segunda maior economia do planeta, grande propulsora do crescimento regional.
O iuane caía 0,6%, a 7,1643 contra o dólar, atingindo a mínima de 10 dias.
Mas apesar dessa valorização, o Goldman Sachs (NYSE:GS) acredita que a força do dólar contra as moedas asiáticas pode ter vida curta.
“O momento do pico do USD não é simples, mas, em geral, a moeda americana alcançará seu ponto máximo quando houver mais clareza em relação às taxas terminais do Fed, o que deve ocorrer nos próximos três a seis meses", escreveram analistas do Goldman em uma nota emitida no domingo.
O Federal Reserve publicará a ata da sua reunião de novembro na quarta-feira, a qual deve fornecer mais indicações a respeito de como os formuladores da política monetária americana estão considerando a desaceleração do processo de aperto.
O euro recuava 0,79%, a 10,243 perante o dólar, perto do seu menor patamar desde 14 de novembro, após os preços ao produtor da Alemanha registrarem um recuo inesperado em outubro, caindo 4,2% no mês, em comparação com as expectativas de alta de 0,9%.
Em bases anuais, os preços acumularam uma alta de 34,5%, abaixo da expectativa de 41,5%.
Embora essa seja uma notícia positiva, a inflação na zona do euro disparou 10% em bases anuais no fim do mês passado, uma alta em relação a 9,9% em setembro, o que levou a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, a sugerir mais um aumento na taxa de juros na sexta-feira.
A libra esterlina caía 0,5% a 1,1826 frente ao dólar, assim como o iene, que recuava 1,02% a 141,77, enquanto o dólar australiano cedia 0,77% a 0,6622.
A OCDE publicará suas últimas projeções para a economia global na terça-feira, a fim de fornecer uma perspectiva da atividade global.
As previsões mais recentes da organização, feitas em setembro, já apontavam para uma piora econômica nos EUA, que pode entrar em recessão no ano que vem.