Dólar supera R$5,40 em dia de ajustes pós-feriado e ruídos entre Planalto e Senado

Publicado 21.11.2025, 17:26
Atualizado 21.11.2025, 17:28
© Reuters.

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a sexta-feira pós-feriado em forte alta no Brasil, novamente acima dos R$5,40, com as cotações ajustando-se às notícias da véspera sobre o mercado de trabalho norte-americano e reagindo negativamente aos ruídos entre Planalto e Senado após indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal.

Em meio ao avanço firme da moeda norte-americana também no exterior, o dólar à vista encerrou a sessão desta sexta-feira em alta de 1,20%, aos R$5,4020 na venda. Na semana, a moeda norte-americana acumulou ganho de 1,97%.

Às 17h07, o contrato de dólar futuro para dezembro -- atualmente o mais negociado no Brasil -- subia 1,42% na B3, aos R$5,4150.

A moeda norte-americana oscilou em alta ante o real durante todo o dia, ajustando-se em relação à véspera. Enquanto o mercado brasileiro esteve fechado em função do feriado do Dia da Consciência Negra, o Departamento do Trabalho dos EUA informou na quinta-feira que a economia norte-americana gerou 119.000 vagas em setembro, ante projeção de 50.000 postos de economistas ouvidos pela Reuters. A taxa de desemprego subiu para 4,4%, ante projeção de 4,3%.

Os números do payroll, apesar de mistos, justificaram a alta do dólar ante a maior parte das divisas na quinta-feira, o que fez a moeda norte-americana se ajustar ante o real nesta sexta-feira.

"Hoje (sexta-feira) temos no Brasil um ajuste em relação a ontem. O payroll deu um nó na cabeça do investidor, que não sabe se de fato o Fed vai cortar os juros", comentou no fim da manhã o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. "Como o mercado brasileiro estava fechando, hoje estamos corrigindo."

O fato de o dólar ter subido novamente ante algumas divisas de emergentes e exportadores de commodities nesta sexta-feira, em um dia de queda firme do petróleo, também deu sustentação às cotações no Brasil.

O movimento foi intensificado pela disparada de ordens de stop loss (parada de perdas) em alguns momentos, mas também pelos desdobramentos da indicação do advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

A indicação de Messias pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conforme relatos na imprensa, desagradou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que defendia o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Neste cenário, há o receio de uma piora na relação entre Planalto e Senado, com possíveis consequências para a área fiscal.

“A indicação de Messias e o risco de pautas-bomba no Senado fizeram a questão fiscal voltar. O dólar é quem mais está respondendo a esta piora estrutural”, comentou durante a tarde Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez. “E há também o movimento global, porque o dólar está ganhando ante as moedas emergentes.”

Após marcar a menor cotação do pregão, de R$5,3511 (+0,25%), às 9h03, logo após a abertura, o dólar à vista atingiu o pico de R$5,4194 (+1,53%) às 12h36.

Os fatores de alta para o dólar ante o real acabaram se sobrepondo à notícia, também da quinta-feira, de que o presidente Donald Trump assinou um decreto removendo a tarifa de 40% sobre produtos brasileiros como carne bovina, café e suco de laranja, entre outros. A medida abre espaço para a recuperação das exportações do Brasil para os Estados Unidos, com potencial impacto no fluxo e nas cotações do dólar.

No exterior, embora as apostas em possível corte de juros nos EUA em dezembro tenham voltado a crescer nesta sexta-feira, o dólar seguiu mais forte que a maior parte das demais divisas.

Às 17h12, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes -- subia 0,03%, a 100,190. Além disso, o dólar subia ante pares do real como o peso mexicano e o peso chileno.

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