Calendário Econômico: Balanços no Brasil dão o tom com investidores de olho no Fed
SÃO PAULO (Reuters) - Após abrir a sessão em leve baixa, o dólar saltou para o território positivo e voltou a superar os R$5,60 nesta quinta-feira, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, no dia seguinte à decisão sobre juros nos EUA.
A disputa pela formação da taxa Ptax de fim de mês também trazia volatilidade para os negócios, com investidores atentos ainda aos desdobramentos da tarifação dos produtos brasileiros pelos Estados Unidos.
Às 10h40, o dólar à vista subia 0,55%, aos R$5,6192. No mercado futuro da B3 (BVMF:B3SA3), a moeda para agosto avançava 0,66%, aos R$5,6180, enquanto a divisa para setembro tinha alta de 0,60%, aos R$5,6595.
O avanço das cotações no Brasil era justificado em parte pela alta da moeda norte-americana também no exterior. Às 10h40, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,24%, a 100,030.
O dólar ganhava força ante outras divisas após o Federal Reserve ter mantido na véspera sua taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,50%, com o chair da instituição, Jerome Powell, indicando não ter pressa em reduzir os juros -- algo que, em tese, é favorável à moeda norte-americana. Powell também deu poucas informações sobre quando os juros poderão cair novamente.
No Brasil, a disputa pela formação da Ptax de fim de mês também influenciava os preços. Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).
Outro fator de atenção era a questão comercial, após os Estados Unidos confirmarem na véspera uma tarifa de 50% para os produtos brasileiros, mas excluírem da cobrança uma série de itens -- de suco de laranja e aeronaves civis até celulose e produtos petrolíferos.
Nesta quinta-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo brasileiro vai recorrer da decisão dos Estados Unidos. Segundo ele, o plano de contingência do governo também será recalibrado após as exclusões anunciadas por Washington.
(Por Fernando Cardoso e Fabrício de Castro)