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Estrangeiro piora visão para o real com escalada de risco político e inflação

Publicado 15.09.2021, 15:30
Atualizado 15.09.2021, 15:43
© Reuters. Cédulas de 20 reais retratadas no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) no Rio de Janeiro
17/11/2017
REUTERS/Pilar Olivares

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O recrudescimento da crise político-institucional e seus potenciais efeitos fiscais têm deprimido ainda mais a visão do estrangeiro sobre a taxa de câmbio brasileira, em meio a uma ampla expectativa de volatilidade adicional apesar da possibilidade de juros mais altos.

O gosto das posições em real ficou mais amargo no começo da semana passada, na esteira da escalada da contenda política após o presidente Jair Bolsonaro atacar ministros do STF e ameaçar descumprir ordens judiciais ao discursar a apoiadores no 7 de Setembro.

A reação dos mercados no dia 8 foi péssima, o que acionou o botão de alerta no governo. No dia seguinte, o chefe do Executivo divulgou carta à nação na qual disse que nunca teve "intenção de agredir quaisquer dos Poderes".

No mesmo dia 9 o mercado consumiu parte do prêmio de risco acumulado. Mas a sensação de insegurança não apenas se manteve, mas foi a patamares mais elevados, com temores de "aventuras fiscais" por parte do governo.

Dados da CFTC (agência dos EUA) que incluíram movimentações semanais até dia 7 mostraram que especuladores venderam contratos de real na Bolsa Mercantil de Chicago no ritmo mais forte em sete meses, com o saldo indo ao patamar mais baixo desde 1º de junho.

"Qualquer ameaça ao teto de gastos ou a potencial criação de brechas provavelmente pressionariam os ativos locais. A tensão política dificulta a cooperação entre os Poderes e também pode reduzir o ritmo de avanço das reformas", disseram Roberto Secemski, Juan Prada e Sebastian Vargas, do Barclays (LON:BARC) (SA:B1CS34), em relatório.

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Para eles, já nos três meses finais de 2021 a divisa brasileira poderá ficar sob pressão devido à incerteza tripartite fiscal, política e econômica. Com esse pano de fundo, os profissionais avaliam que o dólar pode voltar a operar perto do topo de seu recente intervalo de oscilação.

Os picos mais recentes do dólar foram de cerca de 5,32 reais e 5,42 reais (considerando taxas de fechamento). A cotação no mercado à vista estava em torno de 5,25 reais no começo da tarde desta quarta-feira. De acordo com dados da Refinitiv, o real há tempos é a moeda emergente com maior volatilidade implícita.

"O cenário político dominará o sentimento a partir do segundo trimestre de 2022, antes das eleições de outubro. Esperamos um aumento significativo na incerteza, juntamente com fraqueza do real no terceiro trimestre de 2022", disseram.

Bank of America (NYSE:BAC)  (SA:BOAC34) elevou a projeção para o dólar ao fim deste ano a 5,10 reais, de 5,0 reais, devido à escalada do risco em Brasília.

Além dos já conhecidos receios político-fiscais, profissionais do banco pontuaram que até o fim do ano pode haver fluxos de saída de capital do país devido à sazonal remessa de lucros e dividendos de empresas e à compra de dólares decorrente do ajuste do setor bancário ao "overhedge" --proteção adicional carregada pelos bancos que deixou de ser interessante após mudança regulatória pelo BC.

Na véspera, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a instituição provavelmente terá que atuar no câmbio por causa de demanda associada ao "overhedge".

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Em relatório, Gabriel Tenorio e Claudio Irigoyen, do BofA, citaram que a compilação proprietária de movimentos de fluxos pelo BofA mostrou investidores conhecidos como "real money" (fundos de pensão, por exemplo, com alocações mais de longo prazo) reduzindo exposição à moeda brasileira, indicativo de piora de perspectiva em caráter estrutural.

O BofA estima que o dólar fechará o primeiro trimestre de 2022 em 5,10 reais, indo a 5,20 reais no encerramento de junho.

Juro alto ameniza, mas não compensa pressão

A postura mais ressabiada dos estrangeiros com o câmbio ocorre a despeito de o Banco Central estar em pleno ciclo de aperto monetário que, pelos preços de mercado, pode terminar com a Selic próxima de dois dígitos.

O retorno oferecido por contratos a termo de taxa de câmbio de um ano superou 8% (de menos de 2,4% no começo de 2021), nas máximas em mais de quatro anos. A moeda brasileira, contudo, ainda patina na preferência de investidores internacionais.

LEIA MAIS: Selic será levada até onde for preciso para estabilização, afirma Campos Neto

O Goldman Sachs (NYSE:GS), por exemplo, excluiu o real de uma lista de moedas que podem se beneficiar de maneira mais decisiva de rendimentos mais atrativos. Rublo russo, rupia indiana e peso mexicano são favoritos.

"Ficamos menos construtivos com o real. Seu elevado beta cíclico deve se mostrar menos favorável em uma recuperação (econômica) mais contida, e a volatilidade tende a aumentar à medida que nos encaminhamos para um ano eleitoral", disseram estrategistas do banco em nota.

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No documento, eles passaram a ver dólar mais alto em três meses (5,10 reais), seis meses (5,00 reais) e 12 meses (4,95 reais). Antes, as projeções estavam em 4,70 reais, 4,65 reais e 4,60 reais, respectivamente.

A disparada da inflação --em meio a uma crise hídrica que tem feito bancos como o JPMorgan  (NYSE:JPM)  (SA:JPMC34) cortar projeções para a economia brasileira em 2022-- é outra dor de cabeça para o investidor estrangeiro que mira o real.

"A elevada inflação continua sendo um obstáculo para o 'carry' (retorno em taxa de juros oferecido pelos investimentos na moeda brasileira), conforme os juros reais seguem em patamares muito baixos", disseram estrategistas do Morgan Stanley (NYSE:MS)  (SA:MSBR34), no qual citam que o real é a terceira moeda mais cara no universo emergente.

O banco disse que o real continua sendo a moeda preferida para venda dentro de seu portfólio de divisas emergentes.

Últimos comentários

Risco Politico = Bolsonaro abrir a boca e gado na rua se rastejando.
O real pode ter dificuldades, mas o surreal vai muito bem, moeda baseada em delírios bovinos, circula somente nos grupos de disseminação de fake news.
Quem estuda o movinento dos estrangeiros na B3 chega a conclusão que os institucionais brasileiros só erram, estão sempre com o chamado “pé trocado”, devem usar o sistema Globo para tomar decisões.
Quem não esta aqui para ficar defendendo político corrupto, sabe que os institucionais, em grande parte, são fundos que precisam realocar posiçoes quando os cotistas estão migrando para renda fixa....
País em ESTAGFLACAO até às Eleições de 2022
Tem um pessoal sempre querendo culpar o mensageiro.... mas isso não muda os fatos. Excelente reportagem
Estão tão deprimidos quanto ao real que já enfiaram 76 bilhões na bolsa brasileira só em 2021. Fluxo em foco: Saldo de estrangeiros acumula R$ 76 bilhões em 2021 - XP Expert
Contra fluxo não existe argumentos
A culpa é dos esquerdistas BofA, JP Morgan, Arminio Fraga, Itaú, Barclays, ...
Quando escrevem materias assim dizendo da fragilidade do real ,nao dao margens de volatilidade é que pode chegar novamente acima dos 5,500 ,rapido ....
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