BERLIM (Reuters) - A coalizão governista da Alemanha está dividida sobre se o Estado deve desempenhar um papel na administração da companhia aérea Lufthansa em troca de um pacote de resgate, disseram políticos no domingo.
Rolf Muetzenich, líder no Parlamento do parceiro de coalizão Partido Social Democrata, exigiu uma palavra na gestão da empresa em troca de ajuda financeira.
"Se empresas como a Lufthansa recebem bilhões de euros em auxílio estatal com dinheiro dos contribuintes, o governo federal também precisa assegurar uma opinião neste assunto", disse ele ao jornal Bild.
Joachim Pfeiffer, da União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler Angela Merkel, afirmou que a empresa precisa manter a liberdade de fazer "ajustes estruturais" para permanecer competitiva em todo o mundo.
E Hans Michelbach, do partido bávaro aliado do CDU União Social Cristã (CSU (SA:CARD3)), disse que o governo não deveria intervir na administração da empresa, mas ser um parceiro silencioso.
"A saída posterior necessária da holding estatal será ainda mais difícil se o Estado estiver envolvido na administração da empresa", afirmou ele.
A Reuters informou na semana passada que a Lufthansa pretende finalizar nesta semana um pacote de resgate de auxílio estatal no valor de até 10 bilhões de euros, segundo pessoas próximas ao assunto.
O pacote consistirá em ações do novo fundo de estabilização econômica da Alemanha, empréstimos garantidos pelo Estado da Alemanha e dívidas supridas por Áustria, Suíça e Bélgica, onde estão localizadas subsidiárias da Lufthansa, acrescentaram. O executivo-chefe Carsten Spohr disse neste mês que a Lufthansa buscará auxílio estatal de Alemanha, Áustria, Suíça e Bélgica, citando queima de caixa a uma taxa de 1 milhão de euros por hora.
(Reportagem de Andreas Rinke)