O futuro presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou nesta 2ª feira (2.dez.2024) que, sob sua direção, a autarquia não recorrerá ao uso das reservas cambiais de US$ 370 bilhões do Brasil para intervir no valor do dólar. A declaração foi dada durante evento da XP Investimentos (BVMF:XPBR31), em São Paulo.
Segundo Galípolo, a atuação do BC será focada em situações de desequilíbrio. “Essa é uma discussão que às vezes vai surgir: ‘Tem US$ 370 bilhões em reservas, por que não segura o dólar no peito?’. Quem está no mercado e está assistindo sabe que não é assim que funciona, e efetivamente a gente vai continuar fazendo atuações só por questões de desfuncionalidade como essa de você ter uma sazonalidade no final de ano”, disse.
A moeda norte-americana segue acima de R$ 6 desde a 6ª feira (29.nov). Foi o maior patamar nominal de fechamento na história. Nesta 2ª (2.dez), a moeda fechou a R$ 6,07 e renovou o recorde.
O atual diretor de política monetária do BC ainda afirmou que o câmbio flutuante é um dos “pilares” da matriz econômica brasileira e que está cumprindo seu papel “muito bem”.
“O câmbio flutuante é um dos pilares da nossa matriz econômica, essencial para que a gente possa passar por momentos como esse que a gente tá vendo agora. Então eu não vejo nenhum tipo de mudança significativa, o câmbio flutuante tá cumprindo seu papel muito bem”, finalizou.
O BC pode interferir para frear a cotação da moeda norte-americana injetando dólares no mercado, já que uma maior oferta da moeda norte-americana ajuda a desacelerar a desvalorização do real.