Goldman Sachs prevê queda adicional do dólar

Publicado 24.04.2025, 07:53
© Reuters

Investing.com – Já pressionado pela incerteza em torno das tarifas comerciais e pelos temores de uma desaceleração global, o dólar americano pode registrar nova queda, segundo o economista-chefe do Goldman Sachs (NYSE:GS), Jan Hatzius.

A moeda dos Estados Unidos recuou mais de 4,5% em abril, no pior desempenho mensal desde o fim de 2022, alimentando especulações sobre uma possível crise de confiança no principal ativo de reserva internacional.

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No acumulado do ano, o dólar já perdeu 8% em relação a uma cesta de divisas relevantes. Hatzius avalia que uma desvalorização adicional tende a ampliar as pressões inflacionárias, sobretudo num ambiente em que tarifas já vêm impactando os preços.

Em artigo publicado no Financial Times, o economista argumenta que um dólar mais fraco poderia, em tese, contribuir para a redução do déficit comercial dos EUA e atenuar os riscos de recessão. Por outro lado, pondera que os fatores estruturais que explicam a perda de valor da moeda podem limitar os efeitos positivos sobre as condições financeiras.

“Costumo evitar previsões sobre o dólar. Tanto a literatura acadêmica quanto minha experiência como analista sugerem que prever câmbio é ainda mais complexo do que antecipar movimentos de PIB, inflação ou juros. Mas, com a devida cautela, acredito que a recente depreciação de cerca de 5%, considerando uma base ponderada pelo comércio, tem espaço para continuar”, escreveu.

Recorrendo a paralelos históricos, Hatzius relembra dois episódios, nos anos 1980 e no início dos 2000, em que valorização prévia semelhante foi seguida por correção de 25% a 30%.

Segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional, investidores internacionais detêm cerca de US$22 trilhões em ativos norte-americanos, o que representaria aproximadamente um terço das alocações globais. Metade desse montante estaria aplicada em ações, muitas vezes sem proteção cambial.

Outro ponto de atenção, segundo Hatzius, é o déficit em conta corrente dos EUA, hoje em torno de US$1,1 trilhão. Esse desequilíbrio exige entrada líquida de capital externo do mesmo tamanho anualmente, geralmente via aquisição de ativos por estrangeiros. Qualquer interrupção nesse fluxo poderia gerar impactos adversos sobre o dólar.

A relevância desses fatores, observa o economista, seria menor caso os EUA mantivessem desempenho econômico superior ao de outras economias centrais, cenário que, neste momento, parece improvável. O FMI projeta que o crescimento do PIB norte-americano desacelerará de 2,8% em 2024 para 1,8% em 2025.

Apesar da perspectiva de fraqueza do dólar, Hatzius descarta a hipótese de perda de seu status como moeda global de reserva.

“Salvo por choques de grande magnitude, acreditamos que a primazia do dólar como meio de troca e reserva de valor internacional permanece profundamente enraizada, sendo improvável que outras moedas consigam superá-la”, concluiu.

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