Investing.com - O euro subia à máxima de quase dois anos frente ao dólar norte-americano nesta quinta-feira após Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, afirmar que o banco discutiria as próximas etapas de seu programa de estímulo monetário no outono.
O par EUR/USD avançava 0,94% para 1,1616 às 11h34 (horário de Brasília), seu nível mais alto desde 24 de agosto de 2015.
Ao falar durante a entrevista coletiva após a reunião de política monetária do BCE, Draghi afirmou que o conselho geral foi "unânime em não estabelecer uma data definida a respeito de quando serão discutidas mudanças no futuro" antes de acrescentar que as discussões ocorrerão no outono.
Draghi afirmou que os riscos à perspectiva de crescimento na zona do euro estão amplamente equilibrados e que a região agora aproveita uma recuperação "robusta".
Ele também observou que o crescimento ainda não se traduziu em "dinâmica de inflação mais forte", apontando que a inflação geral está limitada pelos preços fracos de energia.
Draghi acrescentou que um "grau substancial de acomodação" ainda é necessário.
A moeda única também estava mais alta frente à libra e ao iene, como o par EUR/GBP avançando 1,14% para 0,8942 e o par EUR/JPY subindo 0,95% para 130,17.
O Banco do Japão manteve a política monetária como estava durante a noite e adiou o cronograma para atingir sua meta de inflação.
O alerta sobre a inflação reforçou expectativas de que o Banco do Japão ficaria para trás dos outros bancos centrais em relação ao endurecimento da política monetária.
O índice dólar, que mede a força da moeda frente a uma cesta ponderada de seis principais divisas, recuava 0,36% para 94,30, nova mínima de 11 meses, com peso do euro mais forte.
O dólar enfraqueceu nos últimos dias em meio a crescentes especulações de que a perspectiva de inflação moderada enfraqueceria a situação para o Federal Reserve elevar as taxas de juros mais uma vez este ano conforme os decisores haviam indicado.
A perspectiva de que outros bancos centrais possam se unir ao Fed no endurecimento da política monetária também contribuía para a fraqueza do dólar.
A moeda norte-americana também estava pressionada para baixo após tentativas fracassadas de membros do Partido Republicano reformularem o sistema de saúde dos EUA, indicando que outros esforços legislativos do presidente Donald Trump, como reforma do código fiscal e implementação de estímulo fiscal, poderiam enfrentar dificuldades.
O dólar estava pouco alterado frente ao iene, com o par USD/JPY cotado a 111,97, não muito distante de 111,54, mínima de três semanas atingida na quarta-feira.