Investing.com - O dólar apresentou alta em relação às principais moedas mundiais na sexta-feira após uma decisão inesperada do Banco do Japão de adotar taxas de juros negativas e dados dos EUA sobre o produto interno bruto que muito corresponderam às expectativas dos economistas.
O dólar subiu em relação ao iene após a decisão surpresa do BoJ de cortar sua taxa de depósito em território negativo como parte de um esforço contínuo para combater a deflação.
A mudança para taxas de juros negativas deve encorajar os credores comerciais a usar as reservas excedentes que mantêm no banco central para emprestar às empresas.
O BoJ também disse que não descartou a possibilidade de cortes maiores, avisando que cortaria as taxas de juros ainda mais em território negativo, se necessário.
USD/JPY avançou 1,95%, para 121,12 na sexta-feira, após ter atingido altas da sessão de 121,68, o nível mais alto desde 18 de dezembro.
O movimento destacou a trajetória da política monetária divergente entre o Banco Central dos EUA (Fed) e outros bancos centrais mundiais.
O Fed elevou os juros pela primeira vez em quase uma década em dezembro e indicou a sua intenção de contrair a política monetária ainda mais este ano, enquanto o BoJ juntou-se ao Banco Central Europeu na redução das taxas abaixo de zero.
Maiores taxas de juros tornam o dólar mais atraente para os investidores em busca de rendimento.
O dólar norte-americano também ganhou força em relação ao euro, à libra esterlina e ao franco suíço.
EUR/USD caiu 0,98%, para 1,0832 na tarde de sexta-feira, ao passo que
GBP/USD caiu 0,93%, para 1,424. USD/CHF avançou 0,93%, para 1,0230.
O índice do dólar, que avalia a força do dólar norte-americano em comparação com a cesta das seis principais moedas, subiu para 99,88, o nível mais alto desde 21 de janeiro e fechou em 99,6, uma alta de 0,99% para o dia.
O dólar recebeu um impulso adicional após dados na sexta-feira terem mostrado que a economia dos EUA cresceu a uma taxa anual de 0,7% no quarto trimestre, em comparação com as projeções para um crescimento de 0,8%, após um crescimento de 2% no terceiro trimestre.
O Departamento de Comércio informou que a economia norte-americana cresceu 2,4% em 2015, correspondendo ao crescimento semelhante em 2014.
Nesta semana, os investidores estarão aguardando uma série de dados sobre o crescimento do setor industrial e de serviços da China, EUA e Reino Unido em meio a crescentes preocupações com as perspectivas para a economia mundial.
Os investidores também estarão aguardando o relatório de sexta-feira do indicador NFP (nonfarm payrolls) dos EUA para janeiro, em busca de novas indicações sobre a força do mercado de trabalho.
As reuniões dos bancos centrais do Reino Unido e da Austrália também estarão em foco.
Antecipando-se à próxima semana, a Investing.com compilou uma lista desses e de outros eventos significativos que podem afetar os mercados.
Segunda-feira, 1 de fevereiro
A China deve publicar dados oficiais sobre a atividade do setor industrial e de serviços, assim como o índice industrial Caixin.
O Reino Unido deve produzir um relatório sobre a atividade industrial.
Nos EUA, o Institute of Supply Management (ISM) deve divulgar um relatório sobre a atividade industrial.
O presidente do BCE, Mario Draghi, deve se pronunciar sobre o relatório anual do banco referente a 2015 perante o Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
Terça-feira, 2 de fevereiro
O Banco Central da Austrália deve anunciar sua taxa básica de juros e publicar sua declaração de taxa, que delineia as condições econômicas e os fatores que afetam a decisão de política monetária.
A zona do euro deve divulgar dados sobre a taxa de desemprego.
O Reino Unido deve publicar dados de pesquisa sobre a atividade do setor de construção.
Quarta-feira, 3 de fevereiro
A Nova Zelândia deve publicar seu relatório trimestral de emprego. Enquanto isso, o presidente do Banco Central da Nova Zelândia, Graeme Wheeler, deve fazer um pronunciamento em um evento em Christchurch.
A Austrália deve divulgar relatórios oficiais sobre os alvarás de construção e balança comercial.
A China deve publicar seu índice Caixin sobre o setor de serviços.
O presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, deve se pronunciar em um evento em Tóquio.
O Reino Unido também deve produzir um relatório sobre a atividade no setor de serviços.
Os EUA devem publicar o relatório ADP sobre a geração de empregos no setor privado e o ISM deve publicar dados sobre a atividade do setor de serviços.
Quinta-feira, 4 de fevereiro
A Austrália deve publicar dados do setor privado sobre a confiança no ambiente de negócios.
O presidente do BCE, Mario Draghi, deve falar em um evento em Frankfurt.
O Banco da Inglaterra (BoE) deve anunciar sua decisão sobre taxa de juros e publicar as atas da reunião de política monetária. O banco também deve publicar seu relatório trimestral sobre inflação. O presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, deve participar de uma coletiva de imprensa para discutir o relatório.
Os EUA devem divulgar dados oficiais sobre os pedidos iniciais de auxílio-desemprego e sobre os pedidos às fábricas.
Sexta-feira, 5 de fevereiro
O Banco Central da Austrália (RBA) deve publicar sua declaração de política monetária. A Austrália deve divulgar dados sobre as vendas no varejo.
Na zona do euro, a Alemanha deve publicar um relatório sobre os pedidos às fábricas.
O Banco Nacional Suíço (SNB) deve publicar dados sobre as reservas em moeda estrangeira. Esses dados serão atentamente analisados em busca de indicações do tamanho das operações do banco no mercado de câmbio.
O Canadá deve publicar seu relatório mensal sobre empregos e dados sobre a balança comercial.
Os EUA devem resumir a semana com dados atentamente observados sobre o indicador NFP (nonfarm payrolls) e dados sobre a balança comercial.