Moedas asiáticas estáveis, dólar cai com expectativas de cortes de juros e tensões comerciais

Publicado 17.10.2025, 00:30
© Reuters.

Investing.com- A maioria das moedas asiáticas manteve-se em faixa estreita nesta sexta-feira, enquanto o dólar estendeu perdas recentes, com os mercados amplamente convencidos de que o Federal Reserve cortará ainda mais as taxas de juros em outubro.

A cautela em relação às crescentes tensões comerciais entre EUA e China e a contínua paralisação do governo americano também pesaram sobre o dólar, colocando-o a caminho de sua pior semana em quase três meses.

A maioria das moedas asiáticas registrou ganhos semanais, com o iene japonês entre os melhores desempenhos devido às dúvidas emergentes sobre gastos fiscais e taxas de juros. A rupia indiana também se destacou devido à intervenção do banco central e esperanças de melhoria nas relações comerciais com os Estados Unidos.

Iene japonês em alta enquanto Ueda do BOJ fala sobre aumento de juros

O iene japonês se fortaleceu na sexta-feira, com o par USD/JPY caindo 0,2%. O par também recuou quase 0,7% nesta semana.

O governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse na quinta-feira que o banco central continuará aumentando as taxas de juros se a confiança em atingir suas metas econômicas melhorar.

Embora Ueda não tenha dado indicações claras sobre quando e quanto as taxas aumentariam, seus comentários ajudaram a sustentar o iene. As declarações de Ueda também surgem apenas semanas antes da reunião do BOJ no final de outubro.

O iene foi apoiado por algumas dúvidas sobre o aumento dos gastos fiscais, já que a candidatura a primeiro-ministro da recém-eleita líder do Partido Liberal Democrático, Sanae Takaichi, enfrentou obstáculos. O Komeito, aliado de longa data do PLD, retirou seu apoio na semana passada, potencialmente abrindo caminho para a oposição nomear seu próprio candidato a primeiro-ministro.

A eleição de Takaichi como líder do PLD havia provocado fortes perdas no iene, grande parte das quais a moeda reverteu esta semana.

Moedas asiáticas a caminho de ganhos semanais enquanto dólar recua

As moedas asiáticas em geral permaneceram estáveis na sexta-feira, mas caminhavam para alguns ganhos semanais em meio à fraqueza do dólar.

O índice do dólar e os futuros do índice do dólar caíram cerca de 0,2% cada na sexta-feira, e estavam sendo negociados com queda de 0,8% nesta semana – sua pior queda desde meados de julho.

O dólar americano foi pressionado pela crescente convicção de que o Fed cortará as taxas novamente em outubro, especialmente após o presidente do Fed, Powell, ter feito alguns comentários dovish esta semana.

A incerteza sobre a economia dos EUA, em meio a uma prolongada paralisação do governo, também pesou sobre o dólar, assim como as crescentes preocupações sobre a saúde de vários bancos regionais.

A maioria das moedas asiáticas registrou ganhos semanais diante da perspectiva de taxas americanas mais baixas. A rupia indiana foi a que teve melhor desempenho esta semana, com o par USD/INR caindo quase 1%.

A rupia foi supostamente apoiada pela intervenção cambial do Reserve Bank of India. Além disso, a moeda também foi impulsionada por esperanças de melhoria nas relações comerciais entre Washington e Nova Délhi, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que a Índia interromperá suas compras de petróleo russo.

O par USD/CNY do iuane chinês permaneceu estável na sexta-feira, sendo negociado com queda de cerca de 0,2% nesta semana. O iuane foi visto recebendo suporte de uma série de fortes fixações do ponto médio pelo Banco Popular da China, que compensaram em grande parte os dados fracos de inflação e as tensões comerciais elevadas entre EUA e China.

O par AUD/USD do dólar australiano caiu 0,2%, e acumulava algumas perdas semanais após dados de emprego desanimadores aumentarem as apostas para mais cortes nas taxas de juros pelo Reserve Bank.

O par USD/KRW do won sul-coreano subiu 0,2% na sexta-feira, mas estava sendo negociado com queda de 0,7% nesta semana.

O par USD/SGD do dólar de Singapura caiu ligeiramente após dados mostrarem que as exportações não petrolíferas do país se recuperaram fortemente em setembro.

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