O dólar recuou ante rivais nesta terça-feira, 19, de olho na iminência mais estímulos à economia americana, o que tende a ampliar a liquidez da moeda. A indicada para a secretaria do Tesouro dos Estados Unidos pelo presidente eleito Joe Biden, Janet Yellen, prometeu hoje "agir com grandeza" na política fiscal, caso seu nome seja aprovado pelo Senado do país.
Perto do fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 103,90 ienes, enquanto o euro avançava a US$ 1,2127 e a libra esterlina mostrava ganho a US$ 1,3630. Já o Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em queda de 0,30%, a 90,498 pontos.
Todos os olhos do mercado estão voltados para o início do governo Biden, que toma posse amanhã. O otimismo para a gestão democrata é grande, e foi reforçado com a participação de Yellen em sessão do Comitê de Finanças do Senado nesta terça-feira. Ela, que ainda precisa ter o nome aprovado pela comissão e depois pelo plenário, defendeu o pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão anunciado por Biden na semana passada. "Economistas nem sempre concordam, mas há um consenso agora: sem mais ação fiscal, corremos risco de recessão prolongada. É preciso fazer mais para apoiar a economia americana", afirmou.
As perspectivas de mais dólares no mercado, bem como o apetite por risco que marcou a sessão, acabaram por derrubar o Dollar Index no exterior. A percepção é que a ajuda fiscal da dupla Biden-Yellen deve alavancar a recuperação econômica dos Estados Unidos - e consequentemente, a mundial - em meio ao processo de imunização contra a covid-19 no país.
O fortalecimento do euro também foi uma marca do dia, apesar do salto do novo coronavírus na Europa e a extensão de lockdowns na Alemanha. Ainda assim, investidores estão menos pessimistas com a zona do euro, diz Kathy Lien, diretora de estratégias cambiais do BK Asset Management. "Isso tem a ver, principalmente, com a força do setor de exportação e com a distribuição de vacinas", relata a analista.