O dólar operou em alta ante moedas concorrentes nesta sexta-feira, impulsionado pela alta nos retornos dos Treasuries durante boa parte da sessão - à tarde, contudo, os rendimentos ficaram sem direção única, o que reduziu os ganhos da moeda dos EUA. Enquanto isso, o euro mostrou fraqueza com o avanço do novo coronavírus na Europa, e o iene apreciou em relação à maioria de outras divisas fortes, após o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) ajustar a sua política monetária.
No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 108,89 ienes e o euro recuava a US$ 1,1911. Já a libra tinha baixa a US$ 1,3867, em recuo maior ante o dólar na comparação com outras moedas fortes, com investidores à espera de indicadores importantes da economia britânica que serão divulgados na semana que vem. O índice DXY, que mede e variação do dólar ante seis divisas, fechou em alta de 0,06%, aos 91,919 pontos, com avanço semanal de 0,26%.
A alta dos juros dos Treasuries tem sido, há algum tempo, o principal driver para o dólar. Hoje, esta tendência foi impulsionada pela decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de não renovar uma regra que aliviava o limite de reservas de grandes brancos dos EUA, segundo a diretora gerente de estratégia de mercados cambial da BK Asset Management, Kathy Lien.
A perspectiva de recuperação da economia americana também apoia o dólar. Hoje, o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, afirmou que a alta nas expectativas para a inflação dos EUA, que impulsiona os juros dos Treasuries, são sinais de que a recuperação no país está andando a passos mais acelerados que outras economias desenvolvidas.
Entre elas, Barkin citou o Japão. Hoje, o iene registrou bom desempenho ante moedas concorrentes, após o BoJ decidir que não irá mais perseguir sua meta de comprar 6 trilhões de ienes (US$ 55 bilhões) em fundos de índices referenciados em ações (ETFs) anualmente. O BC japonês ainda manteve sua taxa de juro em -0,10% e estendeu o limite de oscilação do retorno do bônus do governo com vencimento de 10 anos (JGB) para a faixa de -0,25% a 0,25%.
Para o Wells Fargo, porém, a movimentação do iene no mercado cambial hoje não responde tanto à decisão do BoJ, mas sim ao mercado de renda fixa nos Estados Unidos. Já Kathy Lien, da BK Asset management, disse que as medidas da instituição "foram positivas para a moeda porque aliviaram o apoio do banco central à economia".
Entre moedas emergentes, o rublo russo apreciou ante o dólar após o Banco Central do país elevar a sua taxa básica de juros, de 4,25% para 4,50%. No fim da tarde em NY, o dólar recuava a 74,205 rublos.