O dólar operou em alta ante a maioria das moedas rivais nesta terça-feira, 23, com preocupações sobre a pandemia de coronavírus na Europa pressionado o euro. A falta de apetite por riscos impulsionou a divisa americana, com os mercados acompanhando também os discursos do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), e da secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, durante audiência na Câmara dos Representantes.
No fim da tarde em Nova York, o euro recuava a US$ 1,1853, o dólar se desvalorizava a 108,61 ienes, enquanto a libra recuava a US$ 1,3755. O índice DXY, que calcula a variação do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,65% hoje, aos 92,336 pontos.
Principal componente do índice, o euro mostrou fraqueza durante a sessão, impactado pelo aumento nos casos de coronavírus e o ritmo lento da vacinação na Europa. Governos de algumas das principais economias do continente, como Alemanha, Itália e França, já anunciaram novas restrições para tentar conter a doença. Além disso, atritos envolvendo a vacina da AstraZeneca alimentam o clima de incerteza.
Para a diretora-gerente de estratégia de câmbio da BK Asset Management, Kathy Lien, esta será uma semana "ocupada" para a libra, com uma série de indicadores econômicos do Reino Unido podendo influenciar a moeda. Caso os resultados venham piores do que o projetado pelo mercado, a libra pode atingir "facilmente" a cotação de US$ 1,36, segundo ela.
Nos EUA, investidores acompanharam comentários em defesa de mais apoio monetário e fiscal à economia feitos por Powell e Yellen na tarde de hoje, que podem alimentar as discussões sobre as expectativas de inflação no país - o que tenderia a pesar sobre a moeda americana.
Entre moedas emergentes, o peso argentino se valorizou ante o dólar hoje, após o Instituto Nacional de Estatística e Censo do país (Indec, na sigla em espanhol) registrar um avanço de 4,5% do Produto Interno Bruto da Argentina no 4º trimestre de 2020 ante o período anterior. Já o rublo russo recuou em relação a moeda americana, em meio a temores de que os EUA imponham sanções à Rússia por sua suposta intervenção na eleição presidencial americana de 2020. Perto do fechamento dos mercados em NY, o dólar recuava a 91,5705 pesos argentinos, enquanto apreciava a 76,389 rublos.