O dólar oscilou perto da estabilidade ante outras moedas principais, em dia de agenda modesta dos dois lados do Atlântico. Declarações de dirigentes seguiram como foco importante, mas o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manteve a postura de não ter pressa antes de tomar o próximo passo e cortar os juros, sem se comprometer com prazos.
No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 150,50 ienes, o euro avançava a US$ 1,0823 e a libra avançava a US$ 1,2669. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,02%, a 103,936 pontos, com queda de 0,34% na comparação semanal.
Entre dirigentes do Fed, o diretor Christopher Waller afirmou que indicadores recentes dos EUA reforçam a ideia de que não há pressa para começar a cortar os juros. Segundo ele, dados recentes sugerem abrandamento da economia, mas o BC americano considera relaxar sua política monetária apenas quando houver sinais claros de que a economia está em recessão ou perto disso. Hoje, a Axios divulgou entrevista com o presidente do Fed de Nova York, John Williams, para quem um corte nos juros depende ainda de sinais claros de perda de fôlego na inflação.
O dólar não teve impulso, em meio aos sinais do Fed na mesma linha recente dos dirigentes. Já entre analistas, o Goldman Sachs (NYSE:GS) revisou o mês em que acredita que o Fed começará a cortar os juros, após declarações recentes de dirigentes, de maio para junho.
O Banco Central Europeu (BCE), por sua vez, mostrava algumas divergências, mas com seu comando afinado ao esperar por sinais mais claros de inflação rumo à meta antes de decidir por cortar juros, em quadro similar ao do Fed. A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que dados de salários são encorajadoras, mas ainda insuficientes para dar confiança de que a inflação foi derrotada. Entre os dirigentes, Gediminas Simkus via um corte de juros em março como fora de cogitação e abril como "opção improvável", e Joachim Nagel dizia ser cedo para se falar em reduzir juros. Já Mario Centeno defendeu que um corte em março poderia ser discutido, a depender dos dados, embora também tenha dito que seria improvável que a redução nas taxas ocorresse já no próximo mês. Para a dirigente Isabel Schnabel, o processo de desinflação deve desacelerar nos próximos meses na zona do euro.
Na agenda de indicadores, o índice Ifo de sentimento das empresas da Alemanha subiu para 85,5 em fevereiro, como previsto por analistas ouvidos pela FactSet. Para o ING, o Ifo não traz esperanças de recuperação iminente no país.