O dólar operou em queda ante a maioria das suas principais moedas rivais nesta terça-feira, 6, com o recuo nos juros dos Treasuries pressionando a divisa americana. O movimento nos retornos indica que a demanda pelos títulos do Tesouro, que concorrem com o dólar como ativo de segurança, se fortaleceu hoje. A libra, porém, contrariou o movimento de outras moedas de economias desenvolvidas e se desvalorizou ante a divisa americana hoje, diante de incertezas quanto à vacinação contra a covid-19 no Reino Unido.
O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis moedas fortes, fechou em baixa de 0,28%, aos 92,335 pontos. No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 109,86 ienes japoneses, enquanto o euro subia a US$ 1,1872, e a libra cedia a US$ 1,3826.
A força do euro, principal componente do DXY, foi o principal fator a mover a queda do índice hoje. Segundo o analista sênior do Western Union Joe Manimbo, a manutenção da taxa de desemprego da zona do euro a 8,3% demonstrou um impacto apenas "modesto" das medidas restritivas adotadas para frear a curva de contágios por coronavírus no continente.
Em contrapartida, a libra depreciou ante o dólar por conta de preocupações de investidores quanto à vacinação contra a covid-19 no Reino Unido. Segundo o analista Connor Campbell, da Spreadex, a divisa britânica responde negativamente a uma reportagem da emissora Channel 4 que revelou que Londres estuda suspender o uso do imunizante da AstraZeneca em pessoas com menos de 30 anos, em meio a casos de trombose possivelmente relacionados ao produto. Uma eventual decisão nesse sentido desaceleraria dramaticamente o processo de imunização no país.
Na quarta, o mercado cambial acompanhará a divulgação da ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Entre moedas emergentes, o peso argentino recuou ante o dólar hoje em meio ao avanço da covid-19 na Argentina e as negociações pela reestruturação da dívida externa com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A ministra da Saúde da Argentina, Carla Vizzotti, sinalizou por novas restrições à mobilidade para conter as infecções, enquanto o ministro da Economia do país, Martín Guzman, viajará à Europa neste mês para discutir a reestruturação da dívida. Perto do fechamento dos mercados em NY, o dólar avançava a 92,3027 pesos.
*Com informações de Dow Jones Newswires