O dólar se valorizou nesta segunda-feira, sustentado após indicadores da indústria dos Estados Unidos. O dia, porém, foi atípico, com menos negócios diante de feriado prolongado de Páscoa na Europa, com mercados locais fechados. Além disso, entre emergentes a lira turca foi apoiada por resultado de eleições municipais que, segundo analistas, tende a apoiar política econômica mais ortodoxa.
No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 151,66 ienes, o euro recuava a US$ 1,0742 e a libra tinha baixa a US$ 1,2548. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,45%, a 105,019 pontos.
O DXY chegou a oscilar perto da estabilidade na madrugada, mas ganhou força ao longo da manhã, apoiado por sinais da economia americana. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria dos EUA medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) subiu de 47,8 em fevereiro a 50,3 em março, acima da previsão de 48,5 dos analistas ouvidos pela FactSet e na marca de 50, que indica expansão da atividade nessa pesquisa, pela primeira vez em 16 meses. O PMI da indústria americana medido pela S&P Global caiu de 52,2 em fevereiro a 51,9 em março, ante previsão de 52,5. Os investimentos em construção, por sua vez, caíram 0,3% em fevereiro ante janeiro, quando se esperava alta de 1,0%.
Os dados foram mistos, mas apoiaram o dólar nesta segunda-feira, sobretudo nos sinais da indústria. Ainda no radar esteve o fato de que o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, reafirmou na sexta-feira a dependência de indicadores para as decisões de política monetária, além de voltar a dizer que o Fed quer ter mais confiança na trajetória da inflação, antes de decidir começar a cortar juros.
Entre moedas de países emergentes e ligados a commodities, o dólar recuava a 32,1666 liras turcas. A moeda da Turquia após a oposição ao presidente Recep Tayyip Erdogan ter resultado forte em eleições locais. A Eurasia avaliou que o resultado das urnas deve manter o compromisso de Erdogan com medidas de ajuste econômico, embora a consultoria também veja riscos de fracasso nesse processo.
Na região, o dólar avançava a 861,5503 pesos argentinos. O presidente da Argentina, Javier Milei, disse que não falou em dolarização, mas em concorrência entre moedas, em declarações recentes.
Milei ressaltou a importância de se fazer reformas para que o governo avance em sua pauta, inclusive do sistema financeiro, e sinalizou que uma dolarização, que o presidente ainda deseja, não viria antes da eleição legislativa de 2025.