O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, subiu nesta quarta-feira, sustentado após a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O documento reforçou apostas de aperto da política monetária, o que tende a apoiar a divisa americana. Além disso, a guerra na Ucrânia e consequentes sanções contra a Rússia estiveram no radar.
No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 123,80 ienes, o euro tinha alta a US$ 1,0904 e a libra subia a US$ 1,3072. O DXY registrou alta de 0,13%, a 99,599 pontos.
O euro e a libra estavam na verdade bem próximos da estabilidade. Já o DXY renovava máximas em quase dois anos, prolongando o movimento de ontem. Entre os dirigentes do Fed, Patrick Harker disse mais cedo esperar uma "série de deliberados e metódicos aumentos" dos juros neste ano, alertando para o quadro na inflação. À tarde, a ata reforçou a postura "hawkish" e as apostas de aperto monetário, no quadro atual.
A ata mostrou que muitos dirigentes consideram possível uma alta de 50 pontos-base em reuniões futuras, se as pressões inflacionárias seguirem elevadas ou se intensificarem. Alguns dirigentes veem "risco significativo" de que a inflação e as expectativas para esta fiquem arraigadas em níveis elevados, por isso a postura favorável a um aperto. Para a Pantheon, a ata deixou claro que haverá elevação de 50 pontos-base em maio, a menos que ocorra um choque repentino. Já o ING projetou altas de 50 pontos em maio, junho e julho.
Entre outras moedas em foco, o dólar recuava a 83,535 rublos, no horário citado. O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) afirma em relatório que a moeda da Rússia tem se estabilizado, mas lembra que isso ocorre em meio a fortes controles impostos pelo banco central. Os EUA e o Reino Unido lançaram hoje novas sanções contra a Rússia, por causa da campanha militar na Ucrânia, em meio a acusações de crimes de guerra.